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Condomínios sob ataque

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 13/06/2024

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Não há dúvidas: estamos cada vez mais conectados, ou melhor, hiperconectados. Assim, a segurança cibernética tem se tornado uma preocupação recorrente em todos os âmbitos da nossa vida, pessoal  ou profissional. O receio de abrir aquele e-mail suspeito, uma mensagem diferente recebida por SMS, a invasão de hackers em um site que você compra todos os dias e onde estão cadastrados seus dados bancários…

 

E com os condomínios não é diferente. À medida que eles se tornam cada vez mais tecnológicos, crescem também os riscos em relação à segurança dos dados que circulam através deles. Lembre-se aqui dos modernos sistemas de controle de acesso, das câmeras de segurança e das plataformas de comunicação online etc. Tudo isso acaba se tornando oportunidades para diversos riscos cibernéticos que podem colocar em xeque a segurança dos moradores, seus dados pessoais e o patrimônio do condomínio.

 

De acordo com dados da Fortinet, somente em 2022, o Brasil sofreu com 103.16 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Esses dados demonstram um aumento de 16% comparado ao período anterior, evidenciando a necessidade de se preocupar com estratégias de cibersegurança que aumentem a segurança de dados dentro das empresas.  O país ficou atrás do México (com 187 bilhões) e foi seguido por Colômbia (20 bilhões) e Peru (15,4 bilhões).

 

Já quando falamos especificamente sobre condomínios, segundo um recente estudo realizado pela Kaspersky, empresa líder em segurança cibernética, 67% dos condomínios brasileiros já sofreram algum tipo de ataque cibernético.

 

Gabriel Ferreira dos Santos é gerente de Segurança da Informação e Privacidade na ipTrust Tecnologia, em Florianópolis, e explica que, de uma forma geral, os ataques cibernéticos do tipo “Ransomware” estão em alta atualmente. “O atacante se aproveita da abertura de um email fácil ou clique em links suspeitos para criptografar os dados que o condomínio possui e pedir um resgate para liberar. Isso faz com que o condomínio possa perder todos os dados, inclusive de transações, históricos, atas, entre outros”, diz.

 

Além do Ransomware, há outros tipos de ataque, tais como:

  • Phishing: Enganação para obter dados pessoais ou bancários dos moradores.
  • Malware: Instalação de software malicioso nos sistemas do condomínio.
  • Invasão de câmeras de segurança: Acesso não autorizado às imagens das áreas comuns.

 

Para Gabriel, as principais vulnerabilidades em condomínios em relação à segurança tecnológica envolvem aspectos humanos. “Os condomínios tem como característica não se importar tanto com as questões de segurança da informação e, em muitos casos, a prevenção é o único remédio. É preciso se atentar ao clicar em e-mails forjados ou ter conhecimento adequado para a validação de ligações, pois esses são os principais vetores”, orienta.

 

Mas, então, quais medidas básicas de segurança cibernética todo condomínio deveria implementar? Em primeiro lugar, contar com computadores específicos para gerenciar os dados do condomínio, e todos com antivírus atualizado. Além disso, é necessário ter senhas fortes nos sistemas que usa e optar por cofre de senhas para armazenamento. E como o comportamento humano, como disse Gabriel, tem uma influência grande na garantia da segurança, é preciso se certificar que todos possuam um conhecimento básico sobre e-mails falsos e como evitar cliques e fraudes. “Uma ideia, por exemplo, é combinar códigos entre os funcionários do condomínio, para que possam validar a identidade em uma possível conversa”, sugere o especialista.

 

As consequências de um ataque cibernético podem ser devastadoras para um condomínio, como, por exemplo:

  • Vazamento de dados pessoais: Exposição de informações confidenciais dos moradores, como CPF, RG e dados bancários.
  • Perda de controle de sistemas: Possibilidade de hackers controlarem sistemas como portões eletrônicos, elevadores e câmeras de segurança.
  • Prejuízos financeiros: Custos com reparo de sistemas, pagamento de resgate em caso de ransomware e indenização a moradores lesados.
  • Danos à reputação do condomínio: Perda da confiança dos moradores e diminuição do valor do imóvel.

 

Gabriel Ferreira lembra de um caso de fraude onde o atacante usou de engenharia social para enganar o síndico do condomínio e receber seus dados bancários, incluindo senha. “A partir disso, o fraudador conseguiu movimentar cerca de 200 mil reais da conta do condomínio para contas de “laranjas”. Até onde eu sei, não foi possível reaver o dinheiro, pois o banco entendeu ser uma transação com a própria conta do condomínio”, explica.

 

A segurança cibernética não deve ser vista como um custo adicional, mas sim como um investimento na segurança, e muito menos deve ser encarada como um problema de TI, mas de toda a comunidade condominial. Por isso, a conscientização de todos é fundamental para criar uma espécie de escudo digital eficaz contra os perigos da internet. E aí no seu condomínio, o que você está fazendo para garantir a segurança de todos?

 

Por: Cintia Laport

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