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Seu condomínio é realmente seguro?

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 19/08/2024
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Alvos frequentes de criminosos, condomínios devem apostar na tecnologia e estratégias para a manutenção da segurança

Por: Mario Camelo

 

Antes sinônimos de paz e segurança, os condomínios residenciais se tornaram nos últimos anos alvos frequentes de criminosos, cujos métodos se sofisticam e mudam constantemente. Analisar as vulnerabilidades e implementar estratégias eficazes, como a conscientização dos residentes e melhorias nos sistemas de vigilância, são elementos fundamentais que os síndicos precisam estar atentos para evitar problemas e até tragédias.

 

Diretor da JA Consultoria de Segurança, perito judicial e professor do Secovi-RJ (sindicato da habitação), João Alberto R. Britto destaca que a falta de procedimentos claros, o despreparo dos funcionários e a falta de conscientização dos moradores são os principais fatores que tornam os condomínios alvos fáceis para furtos e roubos.

 

Segundo ele, hoje em dia, 95% dos crimes em condomínios resultam de fraudes de engenharia social, onde criminosos utilizam estratégias astutas para explorar as falhas de segurança e obter acesso às propriedades. Ele enfatiza que esses crimes ocorrem não apenas devido às ações dos invasores, mas também por causa da negligência dos próprios moradores. Muitas vezes, essa vulnerabilidade não é proposital, mas sim fruto de ingenuidade e falta de treinamento, semelhante ao que é necessário para os funcionários do condomínio.

 

O treinamento adequado dos funcionários e porteiros, aliás, é essencial, destaca o especialista. Essa preparação deve ser presencial e baseada em casos reais, com o uso de vídeos e debates sobre as falhas existentes. Isso permite que os trabalhadores compreendam melhor os riscos e saibam como agir para mitigá-los efetivamente.

 

“Temos uma frase na empresa que utilizamos muito: ‘A segurança é um hábito e um estilo de vida’. O síndico, juntamente com os moradores, deve saber que segurança e conforto estão em lados opostos da balança, mas que é possível encontrar protocolos sem impactar de forma significativa o dia a dia dos moradores”.

 

Britto salienta que a prevenção deve ser a prioridade, por isso a sua recomendação é a contratação de uma empresa especializada em segurança condominial. Isso é crucial tanto para evitar ocorrências quanto para respondê-las caso venham a acontecer.

 

Para um plano de segurança eficaz, ele propõe um conceito chamado CPTEC (Capacitação, Procedimentos e Tecnologia). A integração desses três elementos, realizada por profissionais especializados, aumenta significativamente a proteção do condomínio e proporciona aos moradores a sensação de segurança desejada.

 

Tecnologia é uma aliada cada vez mais eficaz

 

Engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI) com especialização na Harvard Business School, José Júlio é especialista em tecnologia e segurança para condomínios. Ele avalia que a adoção de sistemas eletrônicos é uma grande maneira de evitar ocorrências de crimes nesses ambientes.

 

“Os sistemas eletrônicos de segurança estão cada vez mais confiáveis e, na prática, têm o papel fundamental de autenticar de maneira ágil e precisa se o acesso ao condomínio deve ser permitido ou recusado, além de identificar sinais de invasão, tanto de forma reativa quanto preventiva”, explica.

 

Mas não basta adquirir os sistemas, é preciso que eles estejam funcionando plenamente. A detecção de falhas exige um mapeamento de riscos e vulnerabilidades. Esse trabalho pode ser conduzido com a ajuda de um consultor de segurança ou por um síndico proativo.

 

A participação dos moradores também é vital. Um síndico competente deve promover uma convivência harmoniosa e responsável, conscientizando os condôminos sobre a importância da segurança coletiva.

 

Julio sugere, ainda, a implementação de medidas imediatas e de baixo custo. Uma delas é avaliar a substituição de porteiros presenciais por portarias remotas, que podem ser implementadas sem custos adicionais, uma vez que os benefícios compensam os custos desde o primeiro mês. Para condomínios sem porteiros, a instalação de sistemas básicos de segurança eletrônica é o primeiro passo para uma segurança mais autônoma e profissional.

 

Pela sua experiência, ele diz que um dos principais equívocos  envolvendo o tema é negligenciar as responsabilidades legais da própria gestão em relação à segurança dos moradores. Os demais seriam a falta de conhecimento dos conceitos de segurança e a contratação de serviços que focam apenas em baixo custo, mas não entregam valor.

 

“Projetos de segurança mal planejados podem ter consequências graves. A resistência à mudança muitas vezes deve-se a economias inadequadas que comprometem elementos essenciais do projeto, deixando a infraestrutura vulnerável. A manutenção de itens básicos, como portões, energia e telecomunicações, é vital para uma gestão de segurança eficiente.”

 

O especialista destaca que avanços na tecnologia de reconhecimento facial e biometria têm melhorado significativamente a segurança em condomínios. Aplicativos móveis e sistemas inteligentes de monitoramento permitem uma transição eficaz para soluções remotas, aumentando a segurança e a transparência.

 

Para proteger áreas comuns como garagens, piscinas e academias, a sua recomendação é adotar estratégias específicas que detectam ameaças e confirmam eventos em andamento. “Responder rapidamente a riscos é crucial para proteger tanto o patrimônio quanto a vida dos moradores. Soluções tecnológicas garantem essa proteção de forma eficiente, tornando os condomínios mais seguros e confortáveis para todos”, conclui.

 

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