Avanços tecnológicos e preços mais acessíveis tornam a segurança eletrônica mais atrativa e eficaz para os condomínios; setor faturou R$ 11 bilhões em 2022
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 04/05/2023
Segurança
Dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) mostram que o setor avançou no Brasil, tendo faturado aproximadamente R$11 bilhões em 2022, o que representa um crescimento de 18%. O índice é maior do que o de 2021, quando o crescimento foi de 14%.
De acordo com a Associação, os números refletem a renovação de produtos já implantados em projetos antigos e de atualização devido à implementação de tecnologias novas, como Inteligência Artificial, conexão 5G, além da adesão de novas portarias remotas por condomínios em todo o Brasil.
“A tecnologia evoluiu bastante nos últimos anos e o preço dos produtos teve redução, possibilitando acesso maior por parte da população. Ainda vale ressaltar que, hoje, num mesmo espaço, é possível utilizar um menor número de câmeras para alcançar o mesmo resultado de cobertura que acontecia antigamente, e sem contar a qualidade superior de imagem. Elas não apenas inibem a ação de bandidos como também contribuem para solucionar muitos casos ocorridos na região onde estão instaladas”, explica Selma Migliori, presidente da Abese.
De acordo com o levantamento da Associação, o mercado é atualmente composto por 13 mil empresas responsáveis por monitorar mais de 12 milhões de imóveis em todo o país, representando cerca de 17% das habitações possíveis de receberem a tecnologia. Com relação ao segmento de portarias remotas, o panorama aponta que, apesar de recente, mais de 4 mil condomínios já utilizam o serviço oferecido por cerca de 600 empresas de portaria remota ativas em todo Brasil.
Clientes adotaram novos comportamentos
Se antigamente os moradores se preocupavam apenas com a segurança interna dos seus condomínios, cada vez mais o entorno da vizinhança tem se tornado um ponto importante de atenção. A afirmação de Chen Gilad, CEO do Grupo Haganá, empresa com mais de duas décadas de atuação na área de segurança eletrônica e patrimonial.
“Foi neste contexto e com o avanço de novas tecnologias que surgiram as redes de segurança colaborativa. A CoSecurity (desenvolvido pela empresa) oferece um sistema conectado em rede, munido com câmeras turbinadas com inteligência artificial que ajudam a diminuir a criminalidade. O crescimento de uso deste tipo de solução já é bastante visível nas ruas de São Paulo, por exemplo”, explica.
Segundo ele, as grandes mudanças estão levando a sociedade para a era da segurança 4.0. “Neste conceito, conseguimos melhorar, e muito, a experiência do morador e de seus visitantes. Melhorar o conforto e ainda reduzir custos. Como destaque, cito uma recente parceria da Haganá com o Sem Parar, que permite aproveitar os tags de uma com o controle de acesso da outra”.
Gilad acrescenta que o controle de acesso é justamente um “calcanhar de Aquiles” da segurança. “Cada dia que passa, mais e mais condomínios implementam o reconhecimento facial como solução. Monitoramento de alarme no próprio apartamento também tem ganhado atração. Isso se dá pelo baixo custo e pelo tipo de invasão que tem ocorrido. Soluções inovadoras, como a segurança colaborativa, também tem uma grande aceitação, unindo tecnologia e baixo custo”.
Outra empresa do segmento é a Welt Tech, que atua há 14 anos em toda região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com o diretor, Alessandro Fonseca, uma das grandes inovações no segmento foi o fato de atualmente ser possível fazer uma gestão de condomínios por meio de um aplicativo para celular.
“A evolução tecnológica vem trazendo mais confiabilidade e dinamismo na realização dos serviços referentes à segurança eletrônica. Atualmente as novidades estão linkadas à gestão através de um aplicativo e também da implantação de portarias remotas”.
Soluções variam de condomínio para condomínio
A evolução tecnológica trouxe um leque de ferramentas e sistemas voltados para melhorar a segurança condominial. No entanto, não necessariamente o que vai funcionar em um também será efetivo em outro. “Hoje podemos utilizar os mais diversos tipos de tecnologia, desde um simples sistema fechado de câmeras, até drones com câmeras analíticas. Por esse motivo, fazemos questão de elaborar um projeto personalizado para cada cliente”, explica Cesar Leonel, COO da Verzani & Sandrini, empresa do segmento fundada em 1967 e que opera em todo o Brasil, contando atualmente com mais de 60 mil colaboradores.
Ele explica que, para uma segurança mais eficaz, é necessário ter um bom time qualificado, ferramentas tecnológicas e procedimentos bem elaborados. “A transformação mais significativa está na automatização dos processos. Ou seja, quanto mais recurso tecnológico, menor a dependência da mão de obra destinada a controlar os acessos e cuidar da segurança. Acompanhando essa tendência, a Verzani & Sandrini possui diversos tipos de checklists, controles e relatórios que são gerados via smartphone e QR codes”.
O executivo acrescenta que os condomínios atendidos pela empresa contam com um aplicativo, que faz desde o convite e controle de acessos de visitantes até o controle de encomendas, reservas de área comum, abertura de chamados, entre outras funcionalidades.
“Com o acesso à tecnologia, a segurança ganha muito em velocidade e geração de dados para que os síndicos possam ver em tempo real diversas rotinas de seu condomínio, se antecipando muitas vezes a problemas esperados. As câmeras inteligentes permitem que ambientes críticos sejam monitorados com eficiência e disponibilidade absoluta, substituindo o monitoramento passivo e, por vezes, as rondas convencionais. Os controles por aproximação, sem contato físico, além de cômodos, possibilitam o reconhecimento preciso e o registro da informação em tempo real”.
Leonel diz, ainda, que o grande volume de novidades e concorrentes têm feito o custo da tecnologia baixar consideravelmente. “A modalidade de comodato, muito utilizada em condomínios, facilita a aquisição de novos produtos e serviços tecnológicos. Outro exemplo, as leitoras faciais, até há pouco tempo eram poucas as empresas que dispunham da tecnologia. Atualmente, além de mais opções, o valor é relativamente mais acessível”.
Por: Gabriel Menezes