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Como os condomínios podem ser protagonistas na mobilidade sustentável?

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 02/09/2024

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De caronas compartilhadas à adaptação para veículos elétricos, as soluções são diversas para reduzir o impacto ao meio ambiente

 

Por: Gabriel Menezes

 

Em meio à crescente preocupação com a sustentabilidade, os condomínios podem se destacar como protagonistas na transformação da mobilidade urbana, adotando práticas simples, como a implantação de bicicletários e sistemas de caronas compartilhadas, até ações mais ousadas, como uma integração inteligente com o transporte público e a instalação de vagas com carregadores para carros elétricos.

 

Síndico profissional com ampla experiência em gestão condominial e implantação de novos empreendimentos, João Xavier destaca que algumas destas medidas citadas já são encontradas em boa parte dos empreendimentos:

 

“A organização de caronas entre pais para levar as crianças à escola é uma prática bastante comum, que ajuda a diminuir o trânsito e a emissão de poluentes. Já a questão dos carregadores de veículos elétricos ainda é um tabu nos condomínios mais antigos, pois depende de uma infinidade de processos para ser implementado, mas aos poucos estamos furando a bolha e, o que já é uma realidade e obrigação nos condomínios mais novos, estamos conseguindo trazer para os mais antigos”.

 

Para promover a adoção de transportes mais sustentáveis, Xavier acredita que uma comunicação eficaz é essencial. Apresentar estudos que mostrem as vantagens econômicas de tais práticas pode ser uma maneira eficaz de convencer os moradores. Ele sugere, ainda, a implementação de serviços como lavanderias compartilhadas e minimercados dentro do condomínio, que não só reduzem a necessidade de saídas frequentes de carro, mas também promovem a economia de água, energia e outros recursos.

 

“A mobilidade sustentável já é uma realidade em vários segmentos da sociedade, e os condomínios são um reflexo disso. Tudo o que temos nas cidades pode ser adaptado para esses espaços, que, em termos populacionais, muitas vezes superam pequenos municípios do Brasil. Portanto, as políticas urbanas aplicáveis podem e devem ser incorporadas”, afirma.

 

Além de contribuir para a sustentabilidade ambiental, essas práticas também melhoram a saúde física e mental dos moradores, destaca o especialista. Pequenas mudanças de hábitos, como optar pelas escadas em vez do elevador para subir um ou dois andares, podem ajudar a combater o sedentarismo e promover um estilo de vida mais ativo.

 

Nesse sentido, Xavier conta que, em alguns condomínios em que atua, implementou a substituição de veículos a combustão usados pela equipe de segurança por scooters elétricas, uma medida que reduziu significativamente a emissão de gases tóxicos em garagens fechadas.

 

Sustentabilidade será norma nos condomínios, prevê especialista

 

Especialista em estratégia imobiliária, Marie Brandão diz que o cenário atual é de experimentação e diversificação significativa das opções de transporte sustentável. Entre as principais iniciativas observadas estão a implementação de bicicletários, pontos de carregamento para carros elétricos, sistemas de caronas compartilhadas e uma melhor integração com o transporte público. Além disso, há o compartilhamento de bicicletas e scooters elétricas, e até mesmo o uso de vans elétricas internas, facilitadas por aplicativos de mobilidade que organizam caronas e reservas de veículos elétricos.

 

Para fomentar o tema nos condomínios, Marie destaca a importância de investimentos em infraestrutura, oferecimento de incentivos e campanhas de conscientização. O estabelecimento de parcerias, incorporação de tecnologias de mobilidade e criação de facilidades como aplicativos de caronas e pontos de troca de baterias também são vistas como essenciais.

 

A redução de vagas de garagem também pode ser administrada de maneiras inovadoras, como a conversão de espaços para convivência, reserva de vagas para caronas compartilhadas e a criação de áreas dedicadas para bicicletas e scooters elétricas.

 

“Os principais benefícios destas medidas incluem a redução de emissões de CO2, economia de espaço, melhoria da qualidade de vida dos moradores, valorização dos imóveis, redução de custos com estacionamento e manutenção de veículos e a promoção de um estilo de vida mais saudável e ativo”.

 

Ela salienta, no entanto, que a incorporação de práticas de mobilidade sustentável ainda enfrenta desafios, como resistência à mudança, principalmente por parte de pessoas mais velhas; o custo inicial elevado, falta de informação e problemas de coordenação. Esses obstáculos podem ser superados através da educação, incentivos financeiros, participação ativa da comunidade e utilização de tecnologias de gestão de mobilidade.

 

No futuro, Marie prevê que a mobilidade sustentável será a norma em condomínios, por isso é preciso desde já a conscientização e planejamento a longo prazo pelos gestores. Investimentos em tecnologia, promoção de uma cultura de sustentabilidade e integração de soluções de mobilidade inteligente são essenciais para atender às demandas dos moradores e melhorar sua qualidade de vida. “Além disso, parcerias governamentais com a construção civil podem ser decisivas para facilitar a adoção de meios de transporte mais ecológicos, como ônibus elétricos. A partir de exemplos observados em países de primeiro mundo, onde o uso de carros é menos frequente devido à facilidade de acesso ao transporte público eficiente, fica claro o caminho a ser seguido”.

 

Frota de veículos elétricos avança no país

 

Com 14.396 emplacamentos em junho (o terceiro melhor mês da série histórica), o primeiro semestre de 2024 registrou um total de 79.304 veículos leves eletrificados vendidos no Brasil. Esse total representa um aumento expressivo de 146% sobre os 32.239 do primeiro semestre de 2023 e de 288% sobre os 20.427 do primeiro semestre de 2022. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

 

A previsão da associação é de que 2024 terminará com um novo recorde de mais de 150 mil veículos eletrificados vendidos no ano, o que significaria um crescimento em torno de 60% sobre os 93.927 de 2023. A frota nacional já chega a 300 mil desde o início da série histórica.

 

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