#ocupaçãobicicleta é o nome da exposição de Denise Silveira, que fica em cartaz até o final de julho em diferentes estações do metrô paulistano. Atualmente está na Estação da Luz e em abril segue para a Fradique Coutinho. Em maio, junho e julho irá para as estações da Linha 5-Lilás: Largo Treze, Santo Amaro e Adolfo Pinheiro. A partir daí, deixará os trilhos para pousar na Ciclovia do Rio Pinheiros, administrada pela Farah Services.
Jornalista e cineasta premiada pelos filmes “Alma de Bicicleta” e “Ciclovia Musical”, Denise quis mostrar com essa série de fotos, feitas em cidades europeias entre 2016 e 2019, que a bicicleta pode ser uma solução sustentável para as cidades brasileiras.
“Eu procurei mostrar cenas reais do cotidiano de pessoas e a relação delas com a bicicleta em diferentes culturas. Decidi fazer para que todos possam se identificar e refletir sobre a mobilidade e o meio ambiente”, explicou, em conversa com o Pro Coletivo.
Segundo ela, o objetivo da exposição é trazer para as pessoas uma realidade que a maioria não conhece. “Democratizar essa informação e inspirar. Esse sonho de uma cidade com mais bicicletas já existe em vários lugares. Num momento em que as galerias ainda estão fechadas, quero poder apresentar esse conteúdo para quem não pode ficar em casa, precisa trabalhar e se deslocar de metrô. São milhares de passageiros todos os dias”, diz Denise.
A ideia é mostrar o que viu naquele momento – um olhar que não é de turista –, registrando cenas reais do cotidiano das pessoas e a relação delas com a bicicleta em diferentes culturas. Denise percorreu e pedalou por cidades da Irlanda, da Inglaterra, da Bélgica, da Holanda, da Alemanha e da Rússia.
Um de seus lugares favoritos é a Ciclovia dentro d’água, em Bokrijk, Genk, a região flamenga da Bélgica. “Depois que estive lá, foi escolhido como um dos 100 locais que você não pode deixar de visitar pela revista Time. O Brasil tem tantos lugares, poderíamos ter algo parecido aqui”.
Nascida em Porto Alegre, Denise lembra da infância livre, jogando bola, andando de bike e patins. Adulta, usava nas horas de lazer. Desde 2013, ela pedala no seu dia a dia e já estimulou várias amigas a adotar a bicicleta. “A mobilidade só vai melhorar nas cidades brasileiras quando trouxermos quem não pedala, principalmente as mulheres que não são atletas, para as ruas. São elas que influenciam nas decisões de toda a família, em qualquer recorte econômico, social, de raça ou de credo”, diz Denise.
Ela observa que estamos no auge da pandemia, com novas variantes do vírus ainda mais contagiosas, milhares de mortos e pessoas com sequelas, e não resolvemos questões básicas da saúde pública. “A bicicleta poderia ser incentivada como transporte seguro para evitar a contaminação, a exemplo de outras cidades no mundo. Aqui em São Paulo nenhuma ciclofaixa temporária foi criada para evitar a aglomeração nos transportes e diminuir os riscos durante a semana”.
Fonte: São Paulo São
Imagem: Freepik