Recreio é o bairro onde os imóveis são alugados mais rapidamente
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 10/08/2021
Locação
Um levantamento feito pela plataforma QuintoAndar mostra os bairros onde os imóveis são alugados mais rapidamente no Rio. Os campeões estão nas zonas Oeste e Norte da cidade.
Em primeiro lugar está o Recreio dos Bandeirantes, com 60,14%, em seguida aparecem Jacarepaguá (58,73%), Freguesia (49,74%), Pechincha (49,67%) e Irajá (49,16%).
“Desde o início da pandemia, observamos crescimento nas buscas por imóveis mais afastados do centro”, conta José Osse, head de Comunicação da empresa.
Para ele, esse comportamento é causado em parte pela necessidade de as pessoas economizarem e pelo interesse em imóveis maiores, já que o home office, um dos efeitos da Covid-19, foi adotado por várias empresas. A análise do executivo é reforçada por outro dado da pesquisa, indicando que apenas as unidades de um quarto não recuperaram o mesmo nível. de antes da pandemia. Ou seja, os usuários da plataforma estão dando preferência a imóveis maiores, o que diminuiu a demanda pelos menores.
Além de apontar as regiões com mais liquidez, o estudo diz ainda que as negociações foram 11% mais rápidas no primeiro semestre deste ano do que estavam nos seis últimos meses de 2020. Isso significa que as transações da primeira metade de 2021 foram concluídas em um prazo seis dias menor do que a média registrada no semestre imediatamente anterior.
Outra pesquisa, desta vez da Apsa, mostra que o Recreio também se destacou com uma das menores taxas de vacância do Rio de Janeiro, em junho (5,4%). O levantamento da administradora afirma que a quantidade de imóveis alugada no mesmo mês teve crescimento de 158,3% com relação a junho de 2020, quando o mercado estava mais parado. Com relação a maio de 2021, o aumento é de 19,2%.
+ Informe APSA – Número de imóveis para alugar no Rio de Janeiro é o maior dos últimos cinco anos
“Estudo mensal da APSA mostra que a vacância média de junho chega a 20,3%, dobro da taxa ideal e segue aumentando desde o início da pandemia, quando estava em 14%. A taxa ideal é de 8 a 10%. Alguns bairros já ficam com valores mais baixos devido ao aumento do estoque”.
Recebemos regularmente informes sobre a situação do mercado imobiliário no Rio de Janeiro. Desta feita consideramos pertinente divulgar o relatório de junho/2021 sobre a vacância de imóveis para aluguel que, crescente há cinco anos e já considerada alta antes do início da pandemia de Coronavírus, continua a aumentar em dois bairros da Zona Sul (Catete e Leme) e, embora com redução, permanece muita alta no Leblon (19,4% por vários meses seguidos), Flamengo (14,1%), Ipanema, (15,9%) e Laranjeiras (14,9%).
O cenário se apresenta justamente quando a Prefeitura anuncia o programa Reviver Centro, com ênfase no estímulo à construção de novos prédios residenciais e à reforma de prédios existentes também para uso residencial, mediante a oferta de índices construtivos na valorizada Zona Sul do Rio de Janeiro (e também na Zona Norte), e isenção de impostos (v. postagens anteriores).
Embora consideremos a apelidada Operação Interligada um erro, desejamos sorte ao programa Reviver Centro, não obstante a informação da APSA de que “O Centro continua como um dos bairros com maior estoque de imóveis vazios, cerca de 37,6%”, o que pode levar a uma reflexão sobre a real necessidade de construir novos edifícios residenciais na região, ou se o foco inicial deveria se manter apenas nas transformações de uso de salas comerciais para residenciais, e reformas em geral, sempre aproveitando-se as construções existentes, vazias ou abandonadas.
Certo é que na Zona Sul haverá interesse pela compra de imóveis, pois os lançamentos prosseguem com sucesso. Que não surjam novos elefantes brancos na área central como apêndices dos prédios novos em Ipanema e Copacabana, por exemplo, apêndices que não poderão ser retirados.
+ IGP-M alto: inquilinos e proprietários devem renegociar valor do aluguel, aconselham especialistas
IGP-M alto: inquilino deve renegociar aluguel e não mudar contratos, dizem especialistas.
Rio – A alta do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), tradicional indicador utilizado para determinar o percentual de reajuste dos aluguéis, vem preocupando inquilinos e proprietários. Após divulgação, nesta quinta-feira (29), de que o índice subiu 0,78% em julho e já acumula alta de 15,98% no ano, especialistas do mercado imobiliário recomendam que quem aluga um imóvel renegocie o valor pago.
O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio), Claudio Hermolin, frisa que por conta da crise econômica que vivemos, a renegociação entre as partes é a melhor saída. “A gente falar em reajuste em um momento difícil da economia é, no mínimo, indecente. Por isso, como entidade de classe recomendamos uma negociação entre as partes”, diz.
Hermolin também cita como cada lado foi afetado pela crise, com inquilinos desempregados ou com renda reduzida e proprietários muitas vezes dependendo do dinheiro do aluguel. “Essas situações tem que ser levadas em consideração na hora da negociação. Cada um dos lados tem a sua necessidade. Óbvio que o inquilino pode sair do imóvel, arcando com as multas em caso de rompimento antecipado do contrato. Ao mesmo tempo, o proprietário tem que tomar cuidado porque a reposição de um inquilino não é algo simples, fácil e rápido. Então, se ele endurecer na negociação e perder o inquilino, ele pode ficar alguns meses com o imóvel vazio, gerando custos. Então, numa negociação, se ambos tiverem bom senso, será um ganha-ganha”, complementa.
O Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP) também reforça a importância da renegociação do valor do aluguel em um momento de alta do índice. “Se o imóvel é ocupado por um bom inquilino, que sempre cumpriu em dia suas obrigações contratuais, o proprietário vai preferir negociar a ter seu imóvel vazio e arcar com custos como condomínio e IPTU. E, ainda, ter de buscar um novo inquilino”, afirma Adriano Sartori, vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP.
Entenda a alta do IGP-M
O IGP-M vem aumentando devido a influência da subida do dólar e das commodities, como o minério de ferro, por exemplo. Por outro lado, o mercado interno ainda sofre as consequências da pandemia, com aumento de desemprego e diminuição de renda. Ambas as situações faz a alta do índice ser difícil tanto para proprietário quanto inquilinos.
Segundo especialistas, a Lei de Locações determina que o indexador do aluguel é definido entre as partes, mas o mercado imobiliário costuma usar o IGP-M, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O gerente de imóveis da administradora APSA, Jean Carvalho, explica que o mercado adotou o IGP-M por acreditar que o índice melhor demonstraria a variação de preços para este segmento e opina que uma mudança agora nesse critério não modificaria rapidamente o atual cenário.
“Mas nada impede que outros índices possam ser avaliados pelo mercado. Independente do índice/indexador utilizado, sempre haverá momentos de crise e sazonalidades que provocarão distorções. De forma natural, através de negociações, serão resolvidas. Em outras ocasiões já tivemos o IGP-M baixo demais também, até com índices negativos. E uma mudança de indicador nos contratos hoje só terá efeito prático daqui a 12 meses, quando o cenário econômico também será outro”, alerta.