O retorno do PIB brasileiro ao patamar pré-pandemia, depois de um ano em baixa devido à crise econômica, foi destaque nesta semana. E como o mercado imobiliário se saiu em meio a esse contexto? Matéria do jornal O Globo mostra quais foram os setores econômicos que mais contribuíram para essa recuperação do PIB e a construção civil está em destaque. Os fatores já são conhecidos: juros baixos e aumento da demanda por imóveis maiores, sobretudo. O Jornal da Band também mostra como o crescimento da construção civil alavancou a geração de empregos no setor .
Os bons resultados alcançados pelo setor devem refletir os resultados do primeiro trimestre que a Abrainc vai divulgar nesta quarta (9), em coletiva de imprensa, na qual também vai apresentar as perspectivas do mercado imobiliário para o segundo semestre. Adiantando o assunto, o jornal Hora Extra aponta que a expectativa do setor é manter o crescimento até o final do ano e cita como exemplo o número de lançamentos da MRV previstos para 2021 em Goiás – mais de 2,3 mil unidades habitacionais.
Em tempos de retomada da construção civil, analistas de mercado veem o setor como uma boa aposta para investidores na Bolsa. O bom momento, entretanto, é um desafio para a Gafisa, que ainda precisa reconquistar a confiança dos investidores . Para isso, a incorporadora está apostando em uma comunicação transparente e na reformulação do planejamento de lançamentos, como mostra matéria publicada pelo Valor Econômico.
Apesar de ter elevado o valor de seus lançamentos, para se adequar à nova realidade dos custos dos materiais de construção, a Mitre resolveu “travar” a tabela para os próximos meses , na tentativa de fazer o preço oscilar menoses. A estratégia se diferencia de boa parte da concorrência, que costuma atualizar as planilhas com maior frequência.
Até 2023, a JFL GP pretende chegar a um total de 1.155 unidades próprias de alto padrão para locação residencial em operação, o que significa praticamente quintuplicar o número atual , que é de 234. Com projetos em bairros nobres das zonas Sul e Oeste de São Paulo, a gestora de ativos JFL GP tem como acionista o empresário Marcel Telles, além de Jorge Felipe Lemann e Carolina Burg Terpins, da JFL Realty.
São Paulo foi escolhida como o local ideal para o primeiro lançamento da Versace Home no Brasil . Com empreendimentos nos Emirados Árabes, Austrália, Inglaterra, Índia e Arábia Saudita, a companhia se uniu à Lavvi, subsidiária da Cyrela, para lançar o Villa, que será construído próximo ao Parque Ibirapuera, em uma das regiões mais valorizadas da capital paulista. As duas torres terão studios de 28 a 32 m², apartamentos de 149 a 221 m² e coberturas de até 418 m².
No Rio de Janeiro, foi inaugurado o primeiro estande da Rio Wonder Residences, a primeira torre do residencial Porto Maravilha, que marca a volta dos investimentos do mercado imobiliário na região portuária da cidade. O empreendimento terá três torres de vinte andares, somando 1224 unidades.
Com dez anos de experiência na construção modular direcionada ao setor industrial, a Modularis Offsite Building está diversificando sua atuação para passar a atender imóveis para o varejo, tendo o segmento residencial como seu principal negócio a partir de 2022 . Matéria do Valor Econômico apresenta mais detalhes sobre essa transição da empresa.
Pesquisa realizada pelo GRI Club, em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, aponta que, devido à pandemia, os investidores estão mudando seus interesses no mercado imobiliário , passando a apostar mais no setor logístico em vez de escritórios e outros empreendimentos comerciais. A procura por escritórios para investimento sofreu uma queda abrupta nos últimos dois anos: de 80% no fim de 2019 para 7% atualmente.
Imobiliárias
Na Folha de S. Paulo, reportagem conta como o mercado imobiliário de alto padrão continua em curva crescente , mesmo após um ano de pandemia. Dados da Abrainc apontam que o número de lançamentos de alto e médio padrão em São Paulo deve crescer de 60% a 70%. As fronteiras estão fechadas, viagens adiadas, cidades adotaram lockdown e vários profissionais continuam trabalhando remotamente, o que faz aumentar a demanda por conforto e, paralelamente, diminuir alguns custos. Entre as tipologias em alta, estão as casas em condomínios, as coberturas e os gardens .
Outro mercado que ficou mais aquecido no último ano foi o das cidades do interior. O Imobi entrevistou empresas que atuam fora das capitais para entender os fatores que levaram ao aumento na demanda por imóveis. Além da busca por mais conforto e segurança, os investidores que vêm do agronegócio são apontados como grupo importante que movimenta o setor.
Inclusive, o tema será explorado nesta quinta-feira (10), em uma live no Instagram do Imobi. Nossa jornalista Ana Clara Tonocchi recebe Mariliza Fontes Pereira, CEO da Riooito Incorporações, para uma conversa sobre o mercado imobiliário nas cidades do interior. A live será às 18h, gratuitamente, basta seguir o Imobi Report .
Alguns nichos da locação ainda enfrentam baixa demanda, decorrente dos efeitos da pandemia. A continuidade das aulas virtuais aumenta a vacância nas cidades universitárias e a suspensão das festas juninas atrapalha cidades que contam com o turismo nessa época do ano.
No mercado de escritórios de São Paulo, há lançamentos previstos que deverão resultar no aumento da vacância e vão impactar nas negociações dos aluguéis. Yara Matsuyama, diretora de transações da JLL: “O que se espera é que esses incentivos estejam mais atrelados a condições comerciais, como descontos e carência, e não tanto a redução do valor-base do aluguel”.
Esse cenário também pode começar a ser visto no mercado residencial da capital. O IGP-M no patamar de 37% faz com que proprietários que decidam não negociar com seu inquilino atual, possam ter que diminuir o valor do aluguel para conseguir novos locatários. Segundo dados do Índice QuintoAndar de Aluguel, a diferença entre o preço pedido pelo locador e o efetivamente acertado em contrato chegou a 13,37% em São Paulo.
Já no mercado residencial do Rio de Janeiro, a cidade alcança a taxa de vacância mais alta desde o início da pandemia. A média do município em abril foi de quase 20%. Além disso, a recuperação dos valores dos aluguéis estagnou, com tendência de acontecer o movimento contrário. Jean Carvalho, gerente de imóveis da APSA, para O Dia : “Lembro que 70% dos proprietários de imóveis possuem apenas um imóvel de aluguel e dependem dessa renda para viver. Quando cai a procura, eles tendem a baixar preços, mas bem lentamente, porque também podem estar com dificuldades. A situação atual ainda é crítica para todas as faixas sociais”.
A CredPago registrou recorde de contratos nos meses de março e abril. A empresa impactou mais de 53.400 pessoas com os novos contratos, entre inquilinos e proprietários, e teve sua carteira de clientes aumentada em 135% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo “seu melhor desempenho em cinco anos de história”. A startup atribui os números ao reflexo da sua ampliação de cobertura contra a inadimplência de inquilinos. A Credpago compensa as imobiliárias parceiras com até 30 vezes o valor do aluguel, sem cobranças adicionais aos locatários.
Por falar em locação, quarta-feira é dia de edição nova do Imobi Aluguel . O tema principal do próximo número é o modelo do iRent – o correspondente ao que o iBuyer representa para o mercado de vendas. Nele, a imobiliária oferece um contrato de longo prazo ao proprietário, com garantia de pagamento do aluguel e benefícios adicionais. E em troca, fica livre para explorar a unidade, normalmente usando modalidades mais flexíveis e lucrativas de locação.
Mundo
Viralizaram nas redes sociais imagens de uma piscina suspensa , de acrílico, que liga dois prédios em Londres. Além de ser bem bonita, a polêmica maior que fez a piscina rodar pela internet foi que a área é restrita só a alguns moradores. É que a área comum não é tão comum assim: somente donos dos apartamentos têm acesso ao local, diferentemente dos locatários. Comentários nas redes sociais demonstram que a prática é comum no país.
Também no Reino Unido, uma galeria de casas verdadeiramente abençoadas. São três igrejas que foram convertidas em residências e que estão disponíveis para locação ou venda.
Estamos de Olho
Nos últimos anos, a sustentabilidade e o impacto social das empresas têm sido uma preocupação cada vez maior em diferentes setores econômicos, inclusive o mercado imobiliário. Com isso, palavra ESG tem surgido com maior frequência no Linkedin, em palestras e na boca de investidores. Para entender melhor a sigla, que significa Environmental, social and corporate governance (ou governança ambiental, social e corporativa), o Imobi acompanhou o ESG Day, evento promovido pela incorporadora AG7 Realty, e publicou um conteúdo bem completo sobre o assunto . Vale a pena conferir!
A relevância do tema para o mercado imobiliário brasileiro fica evidente no fato de que Brasil já ocupa o 5º lugar junto aos países com maior número de “edifícios verdes” com certificação , entre 180 nações que fazem parte do ranking elaborado pela United States Green Building (USGBC). De acordo com a organização, já são mais de 1500 construções sustentáveis no país.
A sustentabilidade no mercado imobiliário também foi destaque de matéria da revista Casa Vogue nesta semana. A publicação explica quatro conceitos em alta na arquitetur a , considerando justamente essa preocupação com a sustentabilidade: a bioarquitetura, a biofilia, o biourbanismo e a biomimética.
Aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo, um projeto de lei promete baratear potencial construtivo vendido ao mercado imobiliário na capital paulista, com alterações na Operação Urbana da Água Branca (zona Oeste de São Paulo). Com isso, o Executivo municipal pretende arrecadar cerca de R$ 5 bilhões para investir em melhorias na infraestrutura daquela região.
No Rio de Janeiro, levantamento do Disque Denúncia aponta que a Zona Oeste é a que costuma registrar maior número de denúncias de construções irregulares na cidade , principalmente os bairros de Campo Grande, Guaratiba e Jacarepaguá. O assunto ganhou maior visibilidade após o desabamento de um imóvel no Rio das Pedras, na última quinta-feira.
Artigo publicado no portal ArchDaily, inclusive, faz uma análise interessante sobre as discrepâncias que existem entre as diversas realidades do mercado imobiliário brasileiro, levantando o seguinte questionamento: “há mais casas sem gente do que gente sem casa no Brasil?” . Na publicação, Anthony Ling reflete sobre a questão do déficit habitacional, a taxa de vacância natural e a dificuldade de conversão de imóveis para novos usos, entre outros assuntos.
O Rio de Janeiro é um grande exemplo de como uma mesma cidade pode abrigar realidades tão distintas. Ao mesmo tempo em que lida com um grande número de construções irregulares, a capital fluminense também tem registrado uma verdadeira “invasão” estrangeira nos últimos meses , devido à pandemia. Com o enfraquecimento do Real perante outras moedas, principalmente dólar e euro, investidores estrangeiros viram o momento como uma boa oportunidade para comprar imóveis para as férias ou para investimento, apostando que em breve, quando a pandemia estiver mais controlada, o Rio vai viver novamente seus dias de glória.
Para entender todas as nuances do mercado imobiliário brasileiro, uma boa sugestão é acompanhar os podcasts que fazem análises sobre a movimentação no setor. O próprio Imobi Report tem o podcast “Semana Imobi” , no qual a equipe de jornalistas do portal comenta os principais destaques do que foi notícia no mercado, todas às sextas-feiras. Por sua vez, o podcast “Vem Pra Mesa” traz entrevistas com profissionais renomados para falar sobre assuntos que estão em alta no setor. No episódio desta semana, Sergio Langer entrevista Wewerton Costa, diretor comercial da Plano & Plano, que conta sobre a sua trajetória no mercado imobiliário, a experiência de trabalhar no Norte e no Nordeste, e o atual papel do corretor de imóveis.
Fonte: Imob Report
Imagens: Freepik