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Vamos para o play?!

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 25/09/2016
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Juliana Almeida

Outubro é o mês das crianças, e quando o assunto se refere a elas, impossível não falar de brincadeiras e espaços adequados para esta bagunça. E se os pequenos só querem saber de diversão, os pais devem ter outra ideia em mente: o cuidado para que os seus filhos estejam bem protegidos. Pensando nisso, construir um playground para crianças pode ser uma excelente maneira de incentivar o desenvolvimento infantil de maneira segura e divertida. Mas você sabe o que deve ser observado antes de construir um playground?

Quem convive com crianças sabe que não há nada melhor para atrair e movimentar a energia dos pequenos do que um parquinho ou área de lazer, locais que já são parte integrante do espaço comum dos condomínios. Ter um playground é uma tranquilidade para famílias com crianças pequenas, afinal, o espaço destinado ao entretenimento delas representa não apenas uma opção de lazer no prédio, mas um espaço de socialização. No entanto, antes de deixar que as crianças brinquem à vontade no parquinho, é importante conferir se os brinquedos são seguros, se a manutenção está em dia e se há alguma atividade que ofereça riscos aos pequenos.

Como no desenho de qualquer espaço arquitetônico, o processo de concepção de um parque infantil deve começar com a resposta a algumas perguntas, tais como: qual a faixa etária das crianças no meu condomínio? Existe a necessidade de alguma adaptação especial? Quantas pessoas são esperadas para utilizar o playground ao mesmo tempo? Saber como e por quais meios o parque infantil será mantido também podem afetar muitas decisões de planejamento e design.

Como escolher o brinquedo ideal?

Quando pensamos no playground de um condomínio, é importante que ele possa ser acessível ao maior número de crianças, por isso um ponto importante é identificar a idade das crianças que utilizarão o espaço. Essa informação é essencial, pois crianças de diferentes idades apresentam necessidades diferentes. O ideal, inclusive, é que a faixa etária indicativa esteja sinalizada próxima aos brinquedos.

Para Alberto Cosmelli, representante de uma empresa que trabalha especificamente com brinquedos para playgrounds, crianças de 0 a 5 anos precisam de playground com brinquedos feitos de plástico rotomoldado, já as crianças de até 12 anos já podem brincar em playgrounds com brinquedos de madeira. “Observamos em diversos condomínios a crescente tendência em separar o play nestas duas faixas distintas, podendo ser divididas em espaços In door ou Out Door”, ressalta. Outra dica são as cores, que são bem atraentes para as crianças, sobretudo quando muito pequenas: um playground colorido chama atenção e as cores alegram qualquer o ambiente.

Segundo a gestora do condomínio Praia São Conrado, Giovana Coutinho, a escolha dos brinquedos para o playground é coisa séria e ela faz um alerta para um detalhe muito importante: “No verão, devido às altas temperaturas, o material utilizado no brinquedo poderá queimar a pele da criança. Por isso, se as peças forem de metal, elas devem estar protegidas com revestimentos”, destaca.

Outra dica é que o playground deve proporcionar atividades para diferentes níveis de habilidade. De fato, não são todas as crianças que conseguirão realizar todas as atividades propostas. Portanto, instale também alguns brinquedos acessíveis de forma a contemplar cadeirantes e crianças com mobilidade reduzida. O uso de rampas é interessante para melhorar a acesso aos brinquedos.

Mais um ponto a ser observado é a localização para a instalação do playground. De modo geral, as crianças correm e se movimentam muito, portanto, o ideal é que seja longe das áreas de passagem e circulação de veículos, como as garagens, preferencialmente, em um andar diferente ou em um local sem acesso às áreas de circulação.

Alberto destaca alguns dos critérios mais utilizados para a escolha desses equipamentos: “a escolha e montagem hoje de um brinquedo é feita por quatro fatores preponderantes: nível de investimento disponível do condomínio; faixa etária; área disponível para montagem do play; além de segurança e durabilidade dos brinquedos”, orienta.

Fique atento às normas de segurança

Na hora de construir um playground no condomínio também é preciso planejar e pensar quais os cuidados necessários para tornar o ambiente seguro. Muita gente não sabe, mas os espaços destinados à área de lazer são regulamentados por normas de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A ABNT é um órgão que regulariza as normas técnicas em nosso país em prol do desenvolvimento de tecnologias que promovam o cuidado das pessoas e do meio ambiente, na produção e comercialização de bens de consumo.

Há alguns anos começou-se a buscar a regulamentação na produção de playgrounds para evitar acidentes e danos aos usuários dos equipamentos de lazer, então, foi criada uma comissão formada pela ABNT, ABRINQ, entidades oficiais, laboratórios de testes, fabricantes e fornecedores, a fim de estabelecer e revisar normas de segurança dos brinquedos de playgrounds. Em julho de 2012, foram publicados novos parâmetros de segurança que se tornaram oficiais através da NBR 16.071, entrando em vigor a partir desta data. Isso significa que existem normas e diretrizes de segurança que orientam a produção de brinquedos para playgrounds infantis.

Giovana Coutinho, do Praia São Conrado, afirma que a preocupação com as normas de segurança é fundamental. “Observe o tipo de material utilizado para a fabricação dos brinquedos, certifique-se se os brinquedos estão de acordo com as normas ABNT/NBR, fique atento quanto ao tempo de garantia e informe-se se a empresa tem suporte técnico”, alerta.

Qualquer tipo de brinquedo precisa atender a certos critérios de segurança. Nos brinquedos de plástico, por exemplo, é importante verificar o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Outro requisito básico é que ele esteja instalado sob uma superfície macia, ou seja, de absorção de choque e impacto, como areia, borracha ou grama.

Mesmo com todos os cuidados com a segurança, eventualmente acidentes podem acontecer, e por isso um dos itens a serem observados no playground é o tipo de piso. O ideal é que exista algum tipo de amortecimento, dessa forma, a criança se machuca menos quando cai. Cimento e asfalto são motivo de alerta, pois podem resultar em machucados mais graves. Para se ver livre dessas e outras preocupações, uma ótima alternativa é procurar uma empresa especializada na montagem e na manutenção de playgrounds infantis para condomínios.

Gecioni Redivo é gerente comercial de outra empresa especializada pela fabricação, comercialização e montagem de playgrounds, e recomenda alguns cuidados básicos para a fixação dos brinquedos com segurança: “A parte de fixação quando é terra, grama natural ou areia nós concretamos e quando é em laje ou piso de concreto, nós usamos parafusos”.

Como a maioria dessas áreas está instalada ao ar livre, uma das opções de piso é a grama, citada como exemplo acima. No entanto, em meio a uma crise de água, além da falta de tempo para uma manutenção regular deste tipo de piso, uma boa opção é a sintética.

A grama artificial possui uma baixa manutenção e não precisa ser regada nem podada, sendo ótima para amortecer possíveis quedas. Porém, para o especialista em brinquedos, Alberto Cosmelli, a grama sintética vem perdendo espaço para um tipo mais ecológico de piso, “hoje, o que mais nos chama atenção em questão de tendência em playground é a mudança das gramas sintéticas para o piso emborrachado, também chamado de piso ecológico. O mesmo alcança maior nível de segurança e conforto em relação a impacto, bem como sua maior e expressiva durabilidade, além de ser amparado por lei”.

De acordo com as normas da ABNT, os brinquedos para playground infantil devem ter os cantos arredondados para evitar acidentes, pois caso uma criança bata a cabeça, o risco de machucar fica bem menor do que se as pontas fossem retas. Deve-se observar também o fator de altura, assim, se uma criança cair, o impacto pode ser menor. Além disso, os brinquedos devem ser pintados com tintas atóxicas, terem os parafusos embutidos e galvanizados (para não enferrujar) e não soltar fiapos. No caso dos brinquedos de madeira, atenção especial à conservação, pois este tipo de material pode soltar farpas ou lascas.

As normas também preveem áreas de circulação entre os brinquedos, para evitar que as crianças se machuquem por estarem utilizando brinquedos diferentes em uma área muito pequena. Além da adequação às normas, é importante que o playground tenha manutenção constante para evitar acidentes e garantir a durabilidade dos brinquedos. Com esses cuidados, você terá mais tranquilidade na área de lazer do seu condomínio.

Valorizando o meio ambiente

O playground ecológico é uma nova tendência. Os brinquedos feitos de materiais reaproveitados são ótimos para ensinar as crianças sobre a importância da sustentabilidade. Além de serem mais econômicos, esses brinquedos são seguros e respeitam o meio ambiente, já que evitam o uso de recursos naturais não renováveis e o descarte de poluentes tóxicos, buscando minimizar possíveis danos a natureza.

Você já deve ter notado que em alguns playgrounds os bancos, as cercas e os brinquedos têm formas perfeitas e cores vibrantes que combinam com espaços ao ar livre. O que muita gente não sabe é que este material que parece ser de madeira, na verdade é de plástico. Antes que se pense em agressão ao meio ambiente com o plástico entulhando os lixões, é bom que se diga: o material é biossintético, feito a partir da reciclagem de plástico e recebe a denominação de madeira plástica.

Outra tendência também são os brinquedos de plástico rotomoldado, que são certificados pelo Inmetro e deixam para traz os velhos conceitos de brinquedos de madeira e fibra, que na maioria das vezes não possuem os padrões ideais de segurança. “Após mais de uma década de mercado, observamos uma constante e crescente preocupação dos síndicos e administradores que passaram a optar por este tipo de brinquedo”, afirma Alberto Cosmelli.

Os playgrounds ou brinquedos em madeira plástica atendem aos requisitos da ABNT. A madeira plástica é uma alternativa à madeira extraída de florestas. O playground de madeira plástica oferece uma série de vantagens em relação à madeira, pois é resistente às pragas, corrosão, umidade e farpas. Trata-se de uma alternativa sustentável para a substituição da madeira comum.

Este tipo de material proporciona maior resistência, não exige tratamento da madeira (zero manutenção) como nos brinquedos feitos com estrutura de eucalipto, por exemplo, que além da constante manutenção, exigem produtos altamente poluentes para ter maior vida útil.

Segundo Gecioni Redivo, hoje a procura maior é por madeira plástica e alumínio: “O custo benefício da madeira plástica e do alumínio é cerca de 5% mais caro do que a madeira natural, mas são muitas as vantagens, as colunas em madeira plástica não racham, não soltam farpas, já vêm pintadas e a durabilidade é maior, pois não apodrecem. Sem contar que estamos ajudando a preservar a natureza”, afirma.

Essa matéria-prima vem sendo usada desde o começo dos anos 90, quando sustentabilidade ainda não era um assunto muito comum. O processo agrega matérias-primas recicláveis, como resíduos plásticos industriais variados, que são misturadas e transformadas em peças semelhantes à madeira natural e que podem substituí-la em diversas aplicações. Trata-se um produto 100% reciclado e reciclável, com aparência de madeira natural, aceitando ser furada, serrada, colada, pintada, revestida, aparafusada e pregada como a convencional, além, de retirar milhares de toneladas de material plástico e outros resíduos da natureza.

No geral, o playground de maneira plástica tem boa resistência e não exige manutenção. Bonito, resistente e dispensa pinturas. Esta pode ser uma nova alternativa para quem está pensando em montar ou substituir o playground do seu condomínio.

Já o plástico rotomoldado pode ser montado em áreas pequenas e restritas, além de sua manutenção ser rápida e de baixo custo. “Os brinquedos de plástico rotomoldados muito facilitam a manutenção pois as peças são substituídas por novas, com baixo custo operacional, num fluxo de reposição das mesmas quando ocorre algum tipo de desagaste”, destaca Cosmelli.

Durante o tempo que a criança passa no playground do condomínio, o estímulo do ambiente pode proporcionar condições ideais para o desenvolvimento emocional e social dela. Usando o bom sendo e o respeito pelos outros moradores, a área de lazer proporciona muito mais do que momentos de brincadeira e relaxamento, proporciona também integração e bem-estar entre os moradores. Com o condomínio integrado e organizado, os síndicos e administradores terão muito mais sucesso em suas gestões.

 

Confira algumas regras da ABNT:

– O playground deve ser separado em áreas conforme a faixa etária das crianças;
– A área de circulação ao redor do parquinho deve ter, no mínimo, 1,5 metro;
– As roscas de parafusos salientes devem ter acabamentos de proteção;
– Os cantos dos brinquedos têm de ser arredondados;
– Parquinhos de madeira devem ter acabamento liso, livre de lascas ou farpas;
– Para desencorajar as crianças a correr dentro da área do trajeto dos balanços, é necessário instalar barreiras de segurança em torno dos brinquedos.

 

Tipos de brinquedos

Balanço, gangorra e escorregador são brinquedos típicos dos playgrounds. Separamos algumas dicas para escolher o melhor tipo para o seu play:

– balanço:

O balanço é um dos brinquedos favoritos das crianças, especialmente dos bem pequenos. Para eles, é ideal que o equipamento não seja todo aberto, e tenha além do apoio para as costas, uma proteção frontal. Esse detalhe é essencial para crianças de até 3 anos. Verifique se o banco do balanço está firme e se as correntes estão bem ajustadas. Os pais devem ficar sempre por perto para garantir que os filhos saiam do balanço com segurança e que não oscilem muito forte.

 

– gangorra:

Primeiramente, cheque as quinas, especialmente para que as crianças não se machuquem na aterrissagem. Além disso, verifique se existem apoios firmes e antiderrapantes para dar suporte quando a criança sobe e desce. Outro ponto essencial é ver se o mecanismo que prende a tábua da gangorra está bem firme e sem parafusos soltos.

 

– escorregador:

Dependendo do tamanho do escorregador, teste ele você mesmo. Assim, você consegue observar se o brinquedo está firme, se possui alguma lasca, farpa ou prego saliente. E prefira sempre os que têm corrimão, para auxiliar as crianças enquanto deslizam. Verifique também o local da aterrisagem, é preferível que ele seja macio, como uma caixa com areia ou espuma, para as crianças não caírem diretamente no concreto.

 

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