Izabele Caldas
Há um ano a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI) lidera a certificação PROCONDO (Programa de Autorregulamentação da Atividade de Administração Condominial), que visa identificar e regulamentar as administradoras de condomínios aptas a exercerem a atividade com segurança e experiência necessários para atender aos seus clientes, os condomínios.
Um dos principais objetivos, na verdade, é prevenir os clientes daqueles incontáveis prejuízos oriundos de uma má gestão dos recursos, afinal nos tempos atuais a busca por economia é unânime, e com isso a contratação de empresas pouco conhecidas no mercado se torna financeiramente mais viável. Brecha ideal para chegarmos ao tão falado “barato que sai caro”, capaz de gerar muito transtorno para a vida de síndicos e demais moradores do condomínio.
O despreparo de uma administradora pode trazer problemas com as questões mais primárias, acarretando ainda mais dívidas para os condomínios, ao invés de solucionar os problemas, e na maior parte das vezes por desconhecerem ou negligenciarem obrigações e direitos tributários e trabalhistas de seus clientes.
Com a certificação, os condomínios do Estado do Rio de Janeiro podem comprovar a categoria do serviço prestado, atestando credibilidade aos moradores e funcionários, pois a administração condominial, além da boa prática de procedimentos, visa o benefício das pessoas que moram e investem em imóveis. A partir desta premissa, o selo se estabelece como um conjunto de parâmetros que orienta empresas e traz benefícios tanto ao segmento, quanto à sociedade.
Para receber a certificação pelo PROCONDO, as empresas de administração de condomínios precisam cumprir alguns pré-requisitos e passar por uma auditoria com itens relacionados às áreas de finanças, gestão de pessoas e jurídica. As análises tramitam em todas as competências das instalações, verificando até se um serviço realizado mantém a saúde financeira do condomínio.
A certificação tem revisão anual e validade de três anos. Após esse período, uma nova auditoria é necessária para a manutenção do certificado, e está cada vez mais concorrida, visto que as empresas tomam conhecimento da importância de ter seus processos regulados, e os condôminos se sentem mais seguros em saber que suas moradias estão devidamente avaliadas.
Requisitos para a cerificação
Os requisitos para uma administradora se candidatar vão desde possuir mais de cinco anos de mercado, a contabilizar um capital social mínimo de R$ 200 mil. No total, a companhia deve cumprir uma lista com mais de 150 itens administrativos e técnicos para estar apta a garantir o selo.
Após a realização do cadastro e cumpridas as exigências do guia, a empresa agenda uma visita da Bureau Veritas, líder mundial em certificações, que fica responsável pela etapa de auditoria do Procondo. As administradoras precisam passar por uma rigorosa inspeção em seus processos, então é importante contar com o comprometimento, a eficiência, a transparência, segurança das pessoas e dos seus produtos, garantindo que as empresas avaliadas estão de fato aptas a proporcionarem a melhor prestação de serviços, atuando com o máximo de neutralidade e transparência possível na inspeção.
APSA: pioneira na atuação qualificada
A APSA foi uma das primeiras a passar pelo processo de auditoria do programa e a conquistar a certificação do selo, o que garante a síndicos e condomínios administrados, a segurança e confiança pelos serviços prestados. “Ao contratar uma empresa, muitas vezes os síndicos vão em busca de preço, segurança, excelência no atendimento e na prestação de serviço como um todo. Agora, ao identificar que a empresa é certificada, o sindico já sabe imediatamente que se trata também de uma instituição séria. Dessa forma, corre menos riscos de passar por situações que coloquem em risco a organização do condomínio, não dando espaço para pessoas despreparadas”, assegura Fernando Schneider, diretor superintendente da APSA.
A boa atuação da APSA, aliás, é reconhecida principalmente entre os condomínios em que atua. A síndica Graça Leão, responsável pelo Fontana Di Trevi, é cliente há muitos anos, mas pelo período de um ano trabalhou com outra administradora e não gostou da experiência: ”Foi complicado, pois eu já estava acostumada com o comprometimento, a solidez e o profissionalismo da APSA, o que não encontrei lá. Hoje fico tranquila, por que sou bem atendida, tenho total confiança e a qualidade do serviço é incontestável”, observa a síndica.
Graça, que também é moradora do condomínio, observa que tanto enquanto síndica ou moradora consegue perceber na rotina, que a organização com que o condomínio é administrado facilita bastante a parte financeira, e a transparência com que os processos são conduzidos, de fato são diferenciais que fizeram com que ela recorresse novamente à empresa.
De acordo com o diretor superintendente da APSA, Fernando Schneider, o selo está em fase de divulgação, despertando o interesse de muitos síndicos, que já o tratam como requisito na contratação de uma administradora. ”Com o lançamento e a divulgação, vários síndicos já nos perguntam se a APSA tem o selo, sobretudo em novas negociações, pois os nossos clientes já tem esta informação. Esse é um movimento importante e desejado, e era o que esperávamos. O consumidor está cada vez mais consciente. Não quer comprar gato por lebre e com isso começa a entender que administradora com o selo Procondo é séria. A que não tem o selo, ele tem que investigar, e como fazer isso numa atividade tão específica que envolve tanta legislação, detalhes e, sobretudo, responsabilidades ao síndico? Não é viável. É melhor optar por aquela que é auditada, garantindo síndico e condomínios”, explica.
Deborah O’ Dena Mendonça, presidente da ABADI, garante que a principal conquista do programa nesse primeiro ano foi a certificação de um grande número de administradoras no Rio de Janeiro, beneficiando mais de 10 mil condomínios. Ela acrescenta: ”o PROCONDO surgiu em um cenário de busca pelo aumento da percepção de valor na atividade da administração condominial. Valor este que está ligado à garantia de qualidade, segurança e transparência nos serviços prestados pelas administradoras. E não há como separá-la do compromisso com o cliente.
É exatamente isto que essa certificação pretende: garantir um mercado maduro, com players qualificados, que ofereçam a seus clientes um atendimento ético, de excelência, que zele, sempre, e ao máximo, pela proteção de seu patrimônio”.