Playgrounds e parquinhos
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 09/07/2013
Edição 209 Jul/Ago 2013, Edições
O dia a dia corrido, a falta de tempo, a violência urbana, o problema do trânsito… Muitos são os contrapesos na hora de levar os filhos para passear. Foi pensando nessa rotina agitada onde sobra empolgação dos pequenos e às vezes faltam tempo e dinheiro dos pais, que muitos dos novos empreendimentos estão cada vez mais incrementados com áreas de convivência.
De acordo com dados da Associação e Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) sobre o perfil dos condomínios lançados no ano passado, presentes no Panorama do Mercado Imobiliário 2012 divulgado no final de março pela Secovi Rio, os parquinhos e playgrounds ficaram em 3º lugar nos espaços de lazer de maior representação. Estão presentes em 76,30% das construções – ficam atrás apenas das piscinas (94,70%) e das academias (81,60%). Os prédios antigos, por sua vez, não deixam a desejar, e também têm investido cada vez mais neste tipo de área de socialização.
Em condomínios, os parquinhos são sem dúvida alguma, um dos entretenimentos de maior sucesso entre a criançada. Balanço, gangorra, casinha de madeira, é só ter um desses brinquedos à disposição, que não faltam pedidos para o papai, mamãe, titio ou vovó para fazer de quaisquer dez minutinhos livres uma diversão e tanto no sobe e desce, entra e sai, para cima e para baixo junto com os coleguinhas do prédio pelo playground.
Foi pensando nas crianças do Condomínio Samurai, na Tijuca, que a síndica Vera Helena resolveu aproveitar melhor um antigo espaço do prédio, antes deixado de lado, e transformá-lo em um miniparque de diversões. Ela se preocupou com a segurança, manutenção e criou regras de uso do brinquedo. “Instalamos telas de segurança para evitar acidentes e estabelecemos regras básicas. Toda criança só pode brincar no parquinho se estiver acompanhada de um responsável, por exemplo”, cita a síndica.
Para fazer a cotação dos melhores preços, Vera contou com a ajuda de alguns moradores, que fizeram o levantamento dos custos e do melhor equipamento. Ficou acordado em Assembleia, que a novidade iria se estender aos maiores e por conta disso, foi criada ao lado do parquinho uma sala de vídeo. Além disso, investiu-se em infraestrutura para garantir o conforto dos frequentadores da área, que conta agora com banheiro e bebedouros, tudo para ter a certeza de que o espaço seria utilizado por todos e não seria apenas dinheiro jogado fora.
Para manter a ordem no novo espaço a síndica teve a ideia de eleger uma ajudante, uma síndica mirim. Maria Eduarda Martinez, de 15 anos, é agora quem toma conta e fiscaliza os jovens do prédio e da nova área de entretenimento – ela reprime o som alto, o vandalismo e o palavreado, tudo pelas boas maneiras dentro do condomínio. O investimento na nova área e a síndica mirim são sucesso no prédio, que recebe elogios constantes de moradores e visitantes.
No Condomínio do Edifício Parque Residencial Flamboyant, também na Tijuca, o parquinho também veio depois da construção do prédio. O playground infantil conta agora com gangorra, balanço para bebês e um gira-gira. “Priorizamos brinquedos de plástico para facilitar na hora da limpeza, na segurança das crianças durante o uso, além de serem mais resistentes ao tempo, mais chamativos e coloridos. Acabaram dando um ar alegre à área”, pontua a síndica Tereza.
De acordo com a síndica do condomínio, Tereza Cristina Marcicano, o investimento de cerca de R$7mil valeu a pena. Os custos com a manutenção e limpeza estão incluídos nas atividades de rotina do prédio.
Escolhendo o parquinho
Na hora de escolher o parquinho é importante levar em consideração alguns pontos. O primeiro passo é saber o tamanho do espaço onde se pretende instalar os brinquedos. O ideal é que seja mantida uma distância de pelo menos 1,30m entre um e outro. Existem normas na ABNT que servem de orientação, sugerindo padrões para a escolha e a montagem do playground, daí a importância da realização de orçamentos prioritariamente com empresas que produzem equipamentos com certificados que atendem a essas normas.
No geral, por conta da durabilidade, os parquinhos mais procurados são os de plástico com estrutura metálica ou de madeira. De acordo com Nelci Moreira Rolim, gerente de uma das maiores empresas especializadas em parquinhos para condomínios do país, os playgrounds de madeira plástica são os mais indicados para crianças de até 15 anos. “Hoje em dia existem parquinhos de material reaproveitado, que possuem menor manutenção e maior durabilidade”, pondera Nelci. O ideal na hora da escolha é buscar identificar o perfil e a faixa etária dos usuários do brinquedo. “É importante que as instruções do fabricante sejam seguidas”, chama a atenção.
Os custos de um parquinho completo para 20 crianças é em média R$14mil. Os cuidados com os playgrounds devem estar na lista de tarefas do condomínio. A limpeza é muito importante, bem como a inspeção frequente dos brinquedos. O ideal é que após a instalação seja feita uma vistoria pelo menos uma vez por ano. Parafusos soltos, peças enferrujadas ou pontiagudas à mostra e/ou tinta descascando podem ser um risco aos usuários. A manutenção garante segurança e vida útil mais longa das peças.
Saúde
Os playgrounds e parquinhos também são um ponto a favor da saúde mental e física das crianças. Atividades físicas em grupo favorecem a socialização e a criação da noção de indivíduo. Uma descida até o parquinho pode ser uma verdadeira sala de aula de convivência, através do relacionamento com o outro, do aprendizado sobre o respeito aos limites, além do exercício da imaginação e criatividade. Esta é a opinião do professor de educação física Wesley Marins.
“Nos condomínios os pais se sentem mais seguros ao deixar os filhos brincarem, diante do medo em que a sociedade brasileira vive atualmente. Hoje em dia há várias empresas que oferecem serviço de recreação e de esportes para todas as faixas etárias. Assim as crianças perto de casa e da sua família podem brincar com mais segurança e de forma sadia. Os pais também podem jogar totó e pingue pongue com seus filhos no playground passando mais tempo com os pequenos”, sugere o professor.
Para ele, parquinhos e atividades físicas são importantes para que as crianças adquiram o hábito de fazer exercícios e cuidar da própria saúde, desde pequenas, e dar continuidade na vida adulta. “Brincadeiras em playgrounds estimulam o hábito saudável de vida. Além disso, favorecem o maior conhecimento corporal, melhoram a coordenação motora fina e global, incentivam a socialização, o saber competir e cooperar, o aprendizado sobre perder e a ganhar, desenvolvem novas habilidades físicas e fortalecem os ossos e os músculos”, ressalta Wesley.
Regras para o seu parquinho
– Limite o acesso aos brinquedos apenas a pessoas que estejam dentro da faixa etária permitida;
– Afixe no local as normas de utilização do espaço;
– Estabeleça horário para uso;
– Limite a utilização do lugar apenas com a presença de um responsável.
Texto: André Luiz Barros