De olho na vigilância!
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 09/07/2013
Edição 209 Jul/Ago 2013, Edições
Segurança patrimonial é um assunto que quase sempre marca presença nas reuniões de condomínio, seja pelo controle de acesso ao prédio e vandalismo nas dependências internas ou por pequenos furtos e até roubo de carros e apartamentos. Mesmo em pequenos condomínios com um número reduzido de unidades, a segurança deve ser um ponto a ser levado em consideração. Engana-se quem acha que o tamanho menor do prédio por si só erradica qualquer possibilidade de ação criminosa. Atualmente o mercado oferece uma grande variedade de equipamentos modernos e métodos inteligentes de se precaver da violência urbana.
Não é difícil encontrar condomínios que já tenham sofrido problemas de segurança. Em Cachambi, Zona Norte do Rio de Janeiro, o Condomínio Márcio Kahn, passou por uma situação inusitada, e o alvo do roubo foram as próprias câmeras de vigilância, ao todo sete foram levadas. “O problema era praticamente diário. Todos os dias nós sentíamos falta de algo e confirmávamos um roubo numa parte do prédio”, relembra Cristiane Ribeiro, a síndica.
Naquela época, o jeito para evitar que os prejuízos fossem ainda maiores, foi marcar uma reunião de emergência entre os condôminos dos 12 apartamentos para levantar a melhor saída para o problema. A solução encontrada, levando-se em conta custo e benefício, foi a criação de regras simples de entrada e saída de moradores, além de recepção de serviços como telecomunicações e entregadores de pizza pelos moradores e a instalação de concertinas nos muros do prédio. “As concertinas, sem dúvida alguma, contribuíram diretamente para acabarmos de vez com os assaltos. Desde que instalamos, há cinco anos, não nos preocupamos mais com este tipo de problema”, comemora Cristiane.
No Condomínio Tour de Ocean a segurança está em primeiro lugar. Embora o edifício não tenha um histórico de problemas envolvendo segurança, o investimento é permanente. Câmeras de monitoramento, cercas de alta tensão, portão automático e treinamento dos funcionários do prédio são a chave para manter os 19 apartamentos sãos e salvos da ação criminosa. “Além de todos esses equipamentos, mantemos um porteiro à noite, o que inibe a ação de bandidos e nos dá uma maior sensação de segurança”, comenta Marina Ribeiro, síndica do prédio.
Um condomínio seguro afeta diretamente o bem estar dos moradores e é dever do síndico buscar alternativas de se manter a segurança patrimonial dos condôminos nas dependências do imóvel. Um investimento que privilegia um bom sistema de segurança eletrônica, infraestrutura física como guaritas, muros e grades, além de treinamento e qualificação dos funcionários, de acordo com especialistas no tema, é a melhor alternativa.
O consultor em segurança condominial, José Elias Godoy, lista os equipamentos básicos indicados para garantir a segurança de um condomínio pequeno. “Sistema de CFTV digitalizado, controle de acesso informatizado, alarmes perimetrais e de pânico, portões para pedestres e veículos com sistema de intertravamento, guarita blindada, elaboração de normas e procedimentos rígidos, conscientização de moradores e investimento em treinamento contínuo dos funcionários. Esses são os passos básicos e a guia para o síndico saber por onde deve começar”, indica Godoy.
O consultor ressalta, no entanto, que não existe um sistema de segurança intransponível, mas todas as medidas minimizam grande parte dos riscos nos condomínios. Para Godoy há muitas novidades de alta tecnologia e modernidade que foram desenvolvidas sobre o assunto e que já estão disponíveis no mercado. “A inovação do momento está nos controles de acesso biométricos, câmeras sensoriais e inteligentes e monitoramento remoto por meio de celulares”, apresenta o especialista.
Para o diretor comercial e especialista em segurança eletrônica, Edrey Felipe Rampazzo, há uma tendência muito forte de migração para os produtos com tecnologia IP. “Câmeras de alta definição que custavam R$2500, hoje podem ser adquiridas por R$700. Estes produtos tem ganhado cada vez mais mercado, especialmente devido à qualidade das imagens e praticidade”, aponta Rampazzo.
Segundo ele, é preciso levar em conta a real necessidade de cada condomínio. “Sempre antes da indicação dos aparelhos, verificamos a necessidade de cada caso, pois um aparelho/equipamento de baixa qualidade pode comprometer o bom funcionamento de todo o sistema. Iluminação, tipo de câmera ou gravador, cabeamento, tudo isto são fatores que precisam ser analisados para garantir a maior segurança possível do local”, chama a atenção.
A primeira opção para quem deseja investir em um sistema de segurança condominial é solicitar a visita de uma empresa especializada para a realização de um estudo de risco do local. A partir daí, as empresas apresentam opções de produtos adequados a cada perfil. Depois de todo processo de análise e enquadramento da proposta apresentada, é importante que o síndico visite e conheça alguns dos projetos executados em outros condomínios e ouça moradores sobre a satisfação e a realidade após a instalação do sistema. Realizar uma pesquisa de preços é outra dica. Hoje, os custos médios do conjunto básico de aparelhos de segurança variam de R$3mil a R$25mil, dependendo do equipamento e da necessidade do cliente. A manutenção dos equipamentos, por sua vez, é primordial, e deve ser feita uma vez por ano.
Gestão dos funcionários
O número de opções de investimento é bastante vasto. As alternativas mais procuradas são as câmeras de circuito fechado de televisão e as cercas elétricas. No entanto, de acordo com os especialistas, é muito importante que seja feita uma gestão próxima dos funcionários, tudo para evitar que falhas no trabalho dos colaboradores abram brecha para a questão de segurança, como a entrada de bandidos no prédio, por exemplo. Os portões são por onde se dão 90% das invasões de ladrões nos edifícios. Para o bom funcionamento de qualquer sistema de segurança, é fundamental que os funcionários estejam devidamente treinados e tenham domínio sobre o uso correto de toda a aparelhagem, além disso, precisam estar aptos e ariscos na identificação e percepção de qualquer movimentação estranha.
DICAS EXTRAS
. Instalar passa volumes facilita a entrega, e evita a entrada de estranhos;
. A guarita deve ser recuada do portão;
. Toda pessoa, inclusive visitantes, devem se identificar antes de entrar no prédio;
. Moradores devem evitar rotina de horários de entrada e saída no edifício;
. Sistema de rádio com prédios vizinhos;
. Iluminação adequada da entrada do prédio;
. Todos os funcionários devem receber treinamento quanto à segurança do condomínio;
. Análise de risco prévia antes da contratação de qualquer serviço de segurança.
Texto: André Luiz Barros