Arquitetura e decoração: o encanto do estilo industrial
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 07/06/2021
Decoração
Economia, praticidade e um ar descolado ao ambiente. Esses são alguns dos motivos que podem atrair alguém para o estilo industrial na arquitetura e decoração de sua casa ou ambiente de trabalho. O conceito surgiu na década de 60, em Nova York, quando artistas e escritores começaram a ocupar antigos galpões, que no passado funcionaram como fábricas, para transformá-los em ambientes para trabalhar e morar ao mesmo tempo. A partir daí se popularizaram os estúdios e lofts, elementos presentes até hoje nas construções.
De acordo com o engenheiro civil Victor Moraes, os interessados em adotar esse estilo precisam antes de tudo entender a dinâmica que se espera do local e suas particularidades no aspecto técnico. “Boa parte do conceito industrial é feito deixando aparentes a infraestrutura de ar-condicionado, elétrica e hidráulica que já existem no espaço, o que o torna mais fácil e barato de ser aplicado e introduzido no ambiente. Mas, é importante ficar atento à qualidade dos acabamentos que já existem no lugar”, explica.
Ele trabalha para uma empresa voltada para obras no segmento corporativo e diz que o estilo vem sendo cada vez mais requisitado: “Cada vez mais o ambiente de trabalho é pensado para trazer um ar de novidade e de inspiração. O conceito industrial tem muito disso e ele vem sendo adotado inclusive por lugares que tinham ambientes mais sóbrios. Ele brinca com o entendimento do que é acabamento e mostra as possibilidades de reinvenção”, comentou.
Ambientes multifuncionais e integrados
O estilo industrial é uma ótima opção para pessoas que buscam um imóvel com ambientes integrados e multifuncionais. Segundo a arquiteta Júlia Guadix, os projetos nesta linha deixam os ambientes mais amplos e trazem materiais rústicos como concreto, tijolo, aço e madeira. Em apartamentos, por exemplo, ele funciona muito bem em salas de estar integradas com as cozinhas. Móveis como sofás modulares, camas rebatíveis, carrinhos e mesas laterais permitem uma flexibilidade de uso que tem tudo a ver com a integração do espaço trazida por esse estilo. E elementos em metal, concreto, vidro e madeira reforçam a linguagem industrial no mobiliário.
Com relação aos materiais e revestimentos, as possibilidades são múltiplas. Os mais comuns são o concreto ou os porcelanatos. Partindo da premissa de que o projeto começa a partir da base neutra do cinza do concreto, é possível criar ambientes mais aconchegantes apostando nos tons terrosos dos tijolinhos e madeiras. Em relação às cores, tons sóbrios e escuros deixam os elementos mais elegantes e masculinos. Já as mais vibrantes conferem descontração e ousadia. É preciso escutar os clientes e conhecer a sua personalidade para definir o caminho que vai representá-lo melhor na decoração.
O primeiro passo para quem decide adotar o estilo industrial num determinado ambiente, orienta a arquiteta, é analisar o espaço que se tem e localizar os elementos estruturais aparentes da residência. Se o local não tem materiais interessantes para deixar aparente, pode-se aplicar texturas de cimento queimado ou tijolinhos bricks, que criam uma boa base para o espaço.
Já ao se pensar na iluminação, a instalação de pendentes com elementos metálicos e lâmpadas com filamento reforçam o clima industrial. Ela recomenda a iluminação branco quente (temperatura de cor entre 2700K e 3000K) para deixar os ambientes mais agradáveis e acolhedores. “Eu gosto muito de deixar os materiais aparentes e manipular a cor em detalhes, porque deixa a decoração bem versátil. Sempre falo para os meus clientes que esse estilo é super atemporal, pois há séculos o tijolo, concreto e vidro não saem de moda”, diz.
Paisagismo deve seguir as características do ambiente
O paisagista José Koly explica que o ambiente industrial é reto, objetivo, eficiente, minimalista e sóbrio. Por esse motivo, seja em relação aos móveis ou plantas, o indicado é sempre seguir essas características para não errar: “Uma planta mais reta, com pouca necessidade de rega, posicionada ao lado de uma janela e de coloração mais uniforme é exatamente o que precisamos para abraçarmos os conceitos industriais. Existe, também, uma linha de projeto que eu particularmente gosto muito que é o industrial que está sendo tomado pela natureza. Neste caso, precisamos de plantas espontâneas que brotam das frestas, trepadeiras de folhas largas e capins ornamentais que ocupam os ambientes externos”, afirma.
Ele acrescenta que as espécies devem ser as mais texturais, sem muitas variações de cores e, no caso de flores, procurar uma paleta de cores bem pouco variada em cada ambiente. “Em meus projetos, as top 10 são: costela de Adão (monstera deliciosa), guaimbê (philodendron bipinnatifidum), jibóia (epipremnum pinnatum), ripsális (rhipsalis bacífera), lança de São Jorge (sansevieria cylindrica), espada de São Jorge (sansevieria trifasciata), palito de fogo (euphorbia tirucalli), capim do Texas (pennisetum setaceum), dinheiro em penca (pilea nummulariifolia) e barba de serpente verde (ophiopogon jaburan)”, conclui Koly.
Por: Gabriel Menezes