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Prevenção e conscientização em condomínios

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 24/06/2024

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As recentes tragédias causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul ressaltam a importância da prevenção de enchentes em condomínios, vistos como pequenas comunidades. Além de uma responsabilidade social com o entorno, os síndicos devem focar na manutenção adequada, no tratamento de água e esgoto, na conscientização dos moradores e na contratação de seguros específicos. Este conjunto de medidas não apenas protege a infraestrutura do condomínio, mas também salva vidas e minimiza os impactos de desastres naturais.

 

A geógrafa Susi Uhren é especialista em meio ambiente e sócia-fundadora da Singular Ambiental, assessoria especializada em programas de gerenciamento de resíduos e projetos sustentáveis corporativos. Ela explica que é essencial para os condomínios investir em tecnologias de escoamento e alternativas sustentáveis, como forma de amenizar os efeitos das grandes chuvas. Entre as opções disponíveis, está a instalação de jardins de chuva e cisternas, que ajudam a absorver a água das chuvas. Além disso, é essencial incentivar a permeabilização do solo, promovendo o uso de materiais permeáveis nas áreas comuns e estacionamentos, permitindo que a água tenha onde escoar em caso de alagamentos e enchentes.

 

Geógrafa Susi Uhren

 

“A manutenção regular das estruturas e instalações do condomínio é muito importante para o seu bom funcionamento. É fundamental garantir que os sistemas de drenagem estejam sempre limpos e operando corretamente, além de investir em infraestrutura, como sistemas de retenção de águas e elevação de áreas críticas”.

 

Como implementar um plano de gestão de riscos ambientais

 

Para implementar um plano de gestão de riscos ambientais voltado para enfrentar enchentes, a geógrafa Susi Uhren destaca várias etapas. Primeiramente, deve-se realizar uma avaliação de riscos, identificando áreas vulneráveis e estudando eventos passados de enchentes para entender padrões e pontos críticos. Em seguida, é preciso definir medidas preventivas, como a limpeza regular, a instalação de sistemas de drenagem adequados e o uso de materiais permeáveis.

 

“O próximo passo é o planejamento de emergência, desenvolvendo um plano de ação com rotas de evacuação e pontos seguros para os moradores. Investir em infraestrutura e manutenção também é crucial, garantindo que a infraestrutura seja adequada e que os sistemas de drenagem passem por manutenção regular. Campanhas de conscientização são importantes para informar os moradores sobre a prevenção de enchentes, através de palestras e materiais informativos”, explica.

 

Além disso, é essencial realizar treinamentos de emergência, organizando simulações para que todos saibam como agir em caso de enchentes. A instalação de sistemas de alerta e o monitoramento contínuo das condições meteorológicas e dos níveis de água são etapas fundamentais para a prevenção. A implementação do plano deve ser acompanhada por especialistas em áreas ambientais e de segurança, para garantir sua eficiência.

 

A importância dos seguros

 

Apesar de a prevenção ser essencial, a força da natureza muitas vezes é inevitável. Por isso, é importante que o condomínio esteja protegido com seguros específicos. Segundo o advogado Marco Antonio Alonso David, especialista em Direito Empresarial e Seguros, no Brasil, não existem mais coberturas padronizadas. Cada seguradora pode definir coberturas que protegem contra enchentes de maneira diferente.

 

“A cobertura adequada para proteger os condomínios contra enchentes é, geralmente, a de alagamento e inundação. Vale lembrar que o seguro contratado pelo condomínio, em regra, não cobre os bens particulares dos moradores, como carros, apartamentos, móveis e quadros. Para isso, é necessário que cada um contrate seu próprio seguro”, explica.

 

O especialista recomenda que os síndicos leiam as Condições Gerais da Apólice, especialmente aquelas específicas para a cobertura de alagamento e inundação. Assim, eles entenderão exatamente quais riscos são cobertos, quais são excluídos e as situações que podem levar o condomínio a perder o direito à indenização.

 

Ele ressalta que o síndico deve cuidar e administrar os bens do condomínio com zelo. Isso inclui definir e aplicar uma Política de Gestão de Riscos adequada às ameaças que o condomínio enfrenta.

 

“Se o condomínio está em uma área sujeita a inundações, o síndico deve, no mínimo, pesquisar e cotar seguros com cobertura para esse tipo de situação. Se houver custos extras não previstos no orçamento anual, a contratação deve ser aprovada na Assembleia. A omissão do síndico, se comprovada, pode gerar responsabilidade civil por má administração, fazendo com que ele responda com seus próprios bens pelos prejuízos sofridos pelo condomínio”.

 

Por: Gabriel Menezes

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