Bomba-relógio no seu condomínio: descubra os perigos da falta de manutenção preventiva
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 20/10/2024
Atualidade
Evite acidentes, prejuízos e transtornos com um planejamento eficaz.
Fabiana Oliva
É crucial realizar a manutenção preventiva em condomínios para assegurar a segurança, a funcionalidade e a preservação do patrimônio construído. A iniciativa também traz redução de custos com reparos emergenciais, a ampliação da vida útil dos sistemas e a melhoria da segurança e conforto dos usuários.
O engenheiro civil e diretor técnico da Scheder Perícias e Avaliações Imobiliárias, Magno Barros, destaca que ao identificar e corrigir problemas antes que se tornem críticos, é possível evitar interrupções inesperadas no funcionamento dos sistemas do condomínio. Além disso, essa prática promove um ambiente mais agradável e confiável, contribuindo para a satisfação dos condôminos.
Para evitar problemas maiores e garantir economia a longo prazo, é fundamental investir em manutenção preventiva regular, pois essa abordagem ajuda a identificar e resolver pequenos problemas antes que se tornem grandes falhas. Magno salienta que é recomendável manter um registro detalhado de todas as manutenções realizadas e das condições dos equipamentos, permitindo uma gestão mais eficiente. “A educação e conscientização dos condôminos sobre a importância da manutenção também são fundamentais, afinal promove um uso mais cuidadoso e respeitoso das instalações e equipamentos, evitando desgastes desnecessários”, relata Magno.
Outro ponto primordial é se atentar à periodicidade. Recomenda-se que a manutenção de sistemas críticos como elevadores e sistemas elétricos, ocorra mensalmente ou trimestralmente, enquanto outras manutenções, como a limpeza de calhas e revisão de sistemas hidráulicos, podem ser feitas semestralmente ou anualmente. “É importante consultar as recomendações dos fabricantes e as normas técnicas pertinentes para estabelecer um cronograma adequado que atenda às necessidades específicas de cada instalação”, indica, Magno.
A contratação de empresas especializadas para realizar o serviço também não pode ser ignorada pelos síndicos. Essas empresas possuem a experiência e o conhecimento técnico necessários para realizar serviços de forma eficiente e segura. “Elas oferecem garantias de qualidade e podem identificar problemas que, muitas vezes, passam despercebidos por funcionários não especializados. Além disso, a terceirização desses serviços permite que a administração do condomínio se concentre em outras questões administrativas e de convivência, garantindo um ambiente mais organizado e funcional para todos os condôminos”, indica Magno.
O síndico tem a responsabilidade de garantir que a manutenção preventiva do prédio seja realizada de forma adequada. O especialista em Gestão Condominial, Marcos André Souza, reitera a importância desse papel. “Envolve planejar e executar inspeções regulares em sistemas como elevadores, elétrica e hidráulica, além de outras áreas comuns. Ele deve contratar profissionais qualificados, acompanhar os serviços e manter os moradores informados sobre o que está sendo feito. O objetivo é evitar problemas maiores e garantir a segurança e o bem-estar de todos”, aconselha.
Entre os benefícios dessa medida, o síndico Marcos André Souza destaca a precaução contra vazamentos e falhas em elevadores, além da melhora na segurança, já que equipamentos em bom estado reduzem riscos de acidentes. “Mantém as áreas comuns agradáveis e valorizadas, aumentando a satisfação dos moradores, que se sentem mais confortáveis e seguros”, diz.
Marcos salienta os riscos provocados pela falta de manutenção preventiva em um condomínio. “Primeiro, pode gerar problemas maiores como vazamentos, que podem danificar apartamentos e áreas comuns. Também pode afetar a segurança, como em elevadores, que param de funcionar, ou falhas nas saídas de emergência. Além disso, a falta de cuidados pode resultar em gastos muito maiores depois, já que consertos de emergência costumam ser bem mais caros. Por fim, isso pode deixar os moradores insatisfeitos, já que a qualidade de vida no prédio vai ficar comprometida. Em resumo, não cuidar das manutenções pode trazer dor de cabeça para todo mundo”, afirma.
Marcos também informa que, entre os principais itens que necessitam de manutenção regular, estão os elevadores. Neste caso, há a verificação e lubrificação para evitar falhas, além de checar fiações, quadros de luz e iluminação do sistema elétrico. “Conferir hidráulica, a inspeção de canos, torneiras e reservatórios; limpeza dos filtros e manutenção dos equipamentos de ar-condicionado; limpeza dos telhados e calhas para evitar vazamentos e entupimentos; cuidados com plantas e paisagismo dos jardins e áreas externas; checagem de câmeras, alarmes e iluminação de emergência dos sistemas de segurança. Cuidar desses itens ajuda a evitar problemas maiores e garante a segurança e conforto de todos”, pontua.
Confira as dicas do síndico Marcos para a implantação da manutenção preventiva no condomínio:
- Levantar as áreas e equipamentos que precisam de cuidado;
- Criar um cronograma com datas e frequência das manutenções;
- Contratar profissionais de confiança para os serviços;
- Registrar as manutenções realizadas;
- Manter os moradores informados sobre o que está sendo feito.
Por que criar um plano de manutenção preventiva condominial?
Magno Barros destaca como produzir um plano de manutenção preventiva com eficiência. “É necessário realizar um levantamento detalhado de todos os equipamentos e sistemas presentes, como elevadores, sistemas elétricos, hidráulicos e de segurança. A seguir, deve-se definir a periodicidade das manutenções, estabelecendo um cronograma que considere as necessidades específicas de cada item”, diz.
“É fundamental documentar os procedimentos a serem seguidos, designar responsáveis e acompanhar os resultados por meio de registros que garantam a eficácia do plano. Além disso, a comunicação com os condôminos sobre o plano e as manutenções programadas é essencial para o engajamento e a transparência. Estes documentos precisam estar alinhados com as normas ABNT NBR 14037 / 2024 – Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações — Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos e ABNT NBR 5674 / 2024 Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção, revisadas recentemente”, completa.
O engenheiro civil também aponta os erros mais comuns na produção de um plano. “Incluem a falta de um levantamento adequado das necessidades dos equipamentos e a definição inadequada da periodicidade das manutenções. Outro erro frequente é a ausência de registros claros das manutenções realizadas, o que pode dificultar o acompanhamento do histórico dos serviços. Além disso, a falta de envolvimento dos funcionários responsáveis e a ausência de comunicação com os condôminos podem comprometer a eficácia do plano, tornando-o menos eficiente e propenso a falhas”, conta Magno Barros.