Aluguel por temporada deve crescer de 10% a 15% no verão de 2025
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 19/11/2024
Atualidade, Gestão, Imóveis
Grandes eventos, shows, réveillon e carnaval devem movimentar o setor em capitais turísticas como o Rio de Janeiro, inclusive para aluguel de imóveis de luxo
Mario Camelo
O fim do ano está chegando e muita gente já começa a planejar, desde agora, as férias de verão que, algumas vezes, se iniciam no próprio Natal ou réveillon. Nesta época, o aluguel por temporada começa a aquecer em diversas capitais brasileiras, especialmente nas capitais do Nordeste, além de cidades turísticas, como o Rio de Janeiro que, todos os anos, registram um crescimento significativo no turismo nesta época.
Para se ter uma ideia, no Rio de Janeiro, durante o primeiro trimestre de 2024, o número de turistas aumentou 12,5% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados da prefeitura. Já no que diz respeito ao aluguel por temporada, a previsão para o verão de 2025 (mais ou menos, de dezembro a março) é de um crescimento de 10% a 15% em relação ao ano anterior, segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ). A alta é impulsionada pelas férias escolares, pelo carnaval e pelos grandes shows anunciados para o Réveillon de Copacabana, como Anitta, Caetano Veloso e Maria Bethânia.
Nas capitais do Nordeste, o aluguel por temporada também aumenta consideravelmente, especialmente em destinos turísticos como Fortaleza, Salvador e Maceió. O aumento dos preços nesta época também reflete a alta demanda de turistas que procuram acomodações próximas ao mar. Em Salvador, por exemplo, os preços podem ser até 60% maiores no verão, segundo dados do Portal do Consumidor.
Somado a isso, está o fato de que a economia, após alguns anos de recessão, vem crescendo. O FMI, recentemente, projetou um crescimento de 3% para o PIB brasileiro.
“Para o turista internacional, o cenário econômico não afeta tanto, mas para o turismo doméstico, sem dúvidas. A economia aquecida faz com que as pessoas viajem mais. Os grandes eventos também têm impulsionado o turismo, como os recentes shows da Madonna e do Bruno Mars”, diz Darlan Carlos de Souza, diretor do Creci-RJ.
Darlan lembra que, em relação aos alugueis por temporada, é importante ficar atento para não cair em golpes.
“O cliente tem que ter alguns cuidados na hora em que for ao local. É importante procurar se o corretor e/ou a imobiliária estão registrados no Creci, por exemplo. Se possível, solicitar a documentação do imóvel também. E uma dica muito importante: sempre desconfiar de valores muito abaixo do mercado, especialmente nesta época em que os valores ficam mais caros. Podem ser golpes. Isso acontece frequentemente”, completa.
Segundo a plataforma Seazone, o setor de alugueis por temporada viu um aumento significativo de faturamento nos últimos anos. De acordo com análises a partir de dados do Airbnb, três estados brasileiros predominaram em faturamento no ano de 2023: São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A região Sudeste se destacou, acumulando mais de R$7,5 bilhões.
Opções como o Airbnb e plataformas de aluguel vêm crescendo por serem práticas, com bons preços e por funcionarem como uma rede hoteleira. O crescimento anual no setor também reflete uma adaptação do mercado para atender à demanda. Proprietários de imóveis vêm adotando estratégias como a oferta de tecnologias e comodidades adicionais, que incluem Wi-Fi, TVs modernas e cozinhas equipadas, itens cada vez mais valorizados pelos hóspedes.
O diretor do Creci-RJ afirma que, tradicionalmente, os apartamentos mais procurados nesse período são menores, como os de 2 quartos, conjugados, ou sala e quarto, que totalizam cerca de 80% das buscas. No entanto, o mercado de luxo também prevê uma alta para a próxima temporada, especialmente em destinos mais procurados por essa fatia de público, como a cidade do Rio de Janeiro e cidades baianas como Trancoso e Caraíva, localizadas no Sul do Estado.
No Rio, a imobiliária WhereInRio, especializada no aluguel de apartamentos e casas de luxo, tem grandes expectativas para a temporada de 2025:
“Estou otimista e prevejo um aumento de 20% a 30% em 2025 em comparação a 2024. As expectativas para o mercado de locação de temporada de verão no Rio de Janeiro em 2025 são excelentes e devem ser influenciadas positivamente por diversos fatores. Com a recuperação econômica contínua, o turismo começa a superar os números pré-pandemia. O Aeroporto Galeão, por exemplo, está batendo recordes de visitantes. Além disso, há mudanças comportamentais. A crescente popularidade do trabalho remoto, por exemplo, está gerando um aumento na demanda por locações durante as férias”, diz Frederic Cockenpot, diretor da imobiliária WhereInRio.
Segundo Frederic, o público que costuma procurar imóveis de luxo no Rio de Janeiro é bastante diversificado e inclui tanto brasileiros de classe alta e alta-média, quanto estrangeiros de alta renda.
“As comodidades mais desejadas vão incluir: localização premium, com proximidade à praia, vistas panorâmicas e fácil acesso a restaurantes, lojas e serviços. A segurança também é um elemento importante, além dos serviços de concierge fornecidos pela agência. Isso é crucial na decisão de fechar uma locação”, revela.
Além da economia interna aquecida, a inflação global também vem apresentando queda. No início de 2024, diminuiu, impulsionada pela estabilização nos preços de energia e pela normalização de cadeias de suprimentos, especialmente em setores manufatureiros e de bens de consumo duráveis. Projeções indicam que a inflação global poderá se aproximar de 3% a 4% ao longo de 2024, embora ainda haja variação significativa entre regiões.
Tal fato também poderia impulsionar o turismo internacional ou mesmo melhorar a confiança do consumidor, levando mais pessoas a gastar em viagens e lazer.
“Certamente, as previsões do FMI sobre o crescimento do PIB e a queda da inflação global podem ter impactos significativos nas locações por temporada no Rio de Janeiro. Um crescimento de 3% no PIB pode indicar um aumento na renda média da população, o que pode resultar em uma maior demanda por locações temporárias, especialmente em áreas turísticas. O crescimento econômico geralmente atrai mais turistas e eventos, aumentando a procura por acomodações”, conclui Frederic.