Tendências de cores para 2023 na arquitetura

Quem ama cuidar da casa, sabe que, anualmente, novas tendências em cores vão surgindo. A Pantone avisa: a cor de 2023 será o Viva Magenta, uma cor que tem ligação com a natureza, é vibrante, forte, e cheia de energia para os ambientes. Para a Coral, a cor é o Silêncio de Inverno, uma cor positiva e natural que, ao nos conectar com a natureza, torna a nossa casa mais aconchegante. Para a Suvinil, a Calcita Alaranjada é a cor ideal para momentos para trazer a energia da inovação, e nos remete aos tons escavados do solo por nossos primeiros ancestrais.

“As tendências de cores podem variar ao longo do tempo e são influenciadas por fatores como cultura, estilo de vida e preferências individuais. É sempre interessante acompanhar as atualizações do mercado, consultar profissionais especializados e explorar diferentes fontes de inspiração para descobrir as novidades em cores na decoração e arquitetura de ambientes”, afirma o arquiteto Renan Altera, que já criou ambientes para a casa de Luciana Gimenez, da cantora Simaria e da fashion designer Lethicia Bronstein.

E quais são as cores de 2023? A Revista Síndico recorreu a especialistas para responder a essa pergunta. Vem ver!

Tons terrosos, cores neutras e azul dominam os ambientes

A arquiteta Lulu Andrade, da Adoro Arquitetura, afirma: “tons terrosos, que seguem em alta desde a pandemia, continuarão sendo os mais buscados”. Para o arquiteto Renan Altera, há ainda outros caminhos:

1. Paleta de Cores Neutras: “Cores neutras atemporais, como branco, bege, cinza e tons suaves de marfim, continuam sendo utilizadas para criar ambientes sofisticados, elegantes e versáteis”;

2. Tons de Azul: “O azul tem sido uma escolha popular na decoração de interiores, desde tons suaves e delicados de azul pastel até azul-marinho profundo, trazendo calma, serenidade e um toque de frescor”;

3. Cores Vibrantes e Ousadas: “A tendência de adicionar toques de cores vibrantes e ousadas em pontos estratégicos, como móveis, acessórios ou paredes de destaque continua em alta, trazendo energia, personalidade e uma sensação de diversão aos espaços”. 

Cores para ambientes

Lulu Andrade diz que, para ambientes específicos, o mais importante é perceber o que representa melhor o estilo de cada morador. “Não vejo problema nenhum em ter uma sala de estar cor de rosa se este for o desejo do cliente. Cabe aqui o olhar do arquiteto para saber escolher o tom e a dosagem correta do uso da cor. Eu diria que esta é a mágica da pintura. O custo normalmente não é muito alto, a grande maioria das tintas não tem cheiro, secam rápido e ainda é possível soltar a imaginação. E quando estiver cansado basta pintar novamente numa nova cor”, sugere.

Renan Altera lembra que diferentes espaços têm propósitos e características distintas, o que pode influenciar a escolha das cores e a criação de atmosferas adequadas. Ele ainda revela as suas escolhas em cores para ambientes:

Salas:

1. Tons Neutros: Cores neutras como branco, cinza e bege são populares em salas, pois proporcionam uma base versátil para a decoração e permitem a combinação com diferentes estilos e elementos;
2. Paleta de Tons Naturais: Cores inspiradas na natureza, como tons terrosos, verdes suaves e azuis claros, podem trazer uma sensação de calma e conexão com o ambiente;
3. Toques de Cor: Adicionar toques de cores vivas e vibrantes em acessórios, almofadas, obras de arte ou móveis pontuais pode trazer personalidade e energia ao ambiente.

Banheiros:

1. Tons claros e clean: Cores claras, como branco, creme e tons pastel suaves, são frequentemente escolhidas para banheiros, pois criam uma sensação de limpeza e amplidão;
2. Contraste com elementos escuros: Muitas vezes, os banheiros apresentam contrastes entre cores claras nas paredes e elementos escuros, como pisos de cerâmica ou móveis, criando um visual elegante e sofisticado;
3. Tons de azul e verde-água: Essas cores são comumente associadas à água e ao relaxamento, o que as torna escolhas populares para banheiros, criando uma atmosfera de tranquilidade e frescor.

Como pesquisar as cores ideais

Para Renan, definir e acompanhar as tendências do ano pode ser um processo interessante para quem busca estar atualizado e inspirado no mundo do design, moda, decoração e outros setores. Ele sugere algumas dicas para ficar sempre antenado: 

1. Pesquisa e estudo: Dedique um tempo para pesquisar e estudar as tendências atuais em diferentes áreas. Isso pode incluir a leitura de revistas especializadas, blogs, sites de design, arquitetura, moda e arte entre outras coisas; 
2. Feiras e eventos do setor: Participe de feiras, exposições e eventos relacionados ao design, decoração, arquitetura e moda. Esses eventos costumam apresentar as últimas tendências e inovações, além de serem ótimas oportunidades para networking e aprendizado.
3. Pantone e outras empresas de cores: Esteja sempre atento às tendências divulgadas pela Pantone e outras empresas renomadas de cores. Elas lançam anualmente suas paletas e a cor do ano, que influenciam muitas indústrias. Essas empresas geralmente compartilham informações sobre as tendências e a inspiração por trás das cores selecionadas;
4. Observação da indústria: Observe as tendências emergentes na indústria em geral. Por exemplo, o que está sendo mostrado em desfiles de moda, lançamentos de produtos e designs de interiores. Preste atenção em cores, padrões, texturas e estilos que estão se destacando;
5. Análise de mercado: Esteja sempre atento ao mercado Observe as preferências e demandas dos consumidores, as escolhas de cores em lançamentos de produtos, os estilos de decoração que estão em alta e as tendências regionais;
6. Crie sua própria inspiração: Use tendências como ponto de partida, mas também confie na nossa criatividade e intuição para criar algo único e autêntico. Combine cores, texturas e estilos de forma que reflitam sua visão e personalidade;
7. E não menos importante a escolha e a personalidade do projeto adequado ao perfil de cada um.

Cores claras ou escuras?

Lulu Andrade acredita que a escolha de tons claros ou escuros vai depender da personalidade do morador e não exatamente de tendências. 

“Essa escolha inclui itens pragmáticos com a escolha da cor em si, da iluminação (natural e artificial), das dimensões e uso do ambiente, da quantidade de móveis e objetos que vão compor o espaço, mas principalmente das memórias e experiências que cada um de nós vai armazenando ao longo da vida”, diz.

Para a arquiteta, muitas vezes um ambiente com uma paleta mais escura pode ser mais confortável para algumas pessoas enquanto outras não conseguiriam permanecer ali por muito tempo. “Não existe certo e errado. Existe a combinação mais adequada que será apresentada por um bom profissional”, enfatiza.

Foto: Altera Arquitetura

Fonte: Mario Camelo