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Comlurb inova na coleta de lixo e transforma rotina nos condomínios

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 20/10/2024

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Nova modalidade de coleta indoor exige adaptações e promete trazer benefícios para a cidade.

 

Cintia Laport

De acordo com a mais recente edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELP, estima-se que o brasileiro tenha gerado uma média de 1,04 kg de Resíduos Sólidos Urbanos por dia em 2022. Ao aplicarmos esse valor à população brasileira (Censo Demográfico 2022), isso representa cerca de 77,1 milhões de toneladas em todo o país. E o Sudeste é o responsável pela geração de 104 toneladas diárias desses resíduos, o que representa em torno de 50% da geração nacional, seguido pelo Nordeste (24,6%), Sul (11%), Centro-Oeste (7,7%) e Norte (7,3%).

Vale lembrar que os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são todos os materiais descartados que resultam de atividades domésticas e comerciais, sendo também conhecidos como lixo urbano. Eles são diferentes dos rejeitos, que são resíduos que não podem ser reaproveitados ou reciclados. Os RSU podem ser biodegradáveis, recicláveis ou conter elementos perigosos, ou seja, podem ser restos de comida a papel, papelão, vidro, roupas, óleos de cozinha, metais etc. 

A grande questão é que parte de todos esses resíduos acabam não coletados e tendo uma destinação inadequada, oferecendo riscos ao meio ambiente e à saúde pública. A contaminação das águas dos rios, córregos, lagos, mares e oceanos é um desses resultados, causando grandes impactos na biodiversidade do planeta. No seu processo de decomposição, por exemplo, alguns desses resíduos podem gerar poluentes, como gases, fuligem ou outras substâncias capazes de causar inúmeras doenças à população. 

Em setembro, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, a Comlurb, ampliou o novo sistema de coleta domiciliar de lixo da capital carioca com o intuito de promover uma maior organização na coleta e melhorias na gestão ambiental e na segurança da cidade. O projeto foi nomeado de Coleta Indoor, justamente porque tem como missão trabalhar o descarte irregular e acúmulo de resíduos nas ruas e calçadas. 

Para os condomínios, essa iniciativa traz algumas mudanças, já que a orientação a partir de agora é a de que os descartes permaneçam em áreas internas do edifício até a chegada dos garis. Serão os próprios funcionários da Comlurb, inclusive, que terão a responsabilidade de entrar nos condomínios para realizar a coleta. Em alguns casos, também seria possível que os funcionários dos condomínios trouxessem o lixo de dentro para fora para serem entregues aos garis em um local reservado para esse fim. 

De acordo com o presidente da Comlurb, Flávio Lopes, o objetivo é tornar a coleta mais eficiente. “Quando o lixo é deixado na rua, os sacos podem ser rasgados por animais ou catadores, espalhando esses detritos. Esse problema retarda a coleta, já que as ruas também precisam ser limpas e lavadas pelos garis. Mesmo com a entrada das equipes nos condomínios, ganhamos até quatro horas por dia nesse novo modelo”, declara. 

 

Outros exemplos de gestão eficiente de resíduos

Curitiba é considerada a cidade pioneira da coleta seletiva no país, com um sistema eficiente e bem estruturado. Possui um programa porta a porta, que atende todas as residências na cidade, além de contar com uma parceria forte com cooperativas de catadores, que desempenham um papel fundamental na coleta e triagem dos materiais recicláveis.

Em Florianópolis, o investimento em tecnologias para otimizar a coleta de lixo e reduzir custos tem sido recorrente. Hoje, por exemplo, a cidade utiliza sensores nos caminhões de coleta para monitorar as rotas e otimizar a coleta, e os cidadãos podem obter várias informações sobre serviços através de um canal no WhatsApp (Floripa Resíduos). O intuito é sensibilizar a população sobre a necessidade de segregação dos resíduos na fonte, visando alcançar as Metas Floripa Lixo Zero 2030.

Já São Paulo, apesar dos desafios de uma grande cidade, ela tem se destacado na coleta seletiva e logística reversa. Houve a ampliação da cobertura para mais bairros e condomínios, e a implantação de programas de logística reversa para diversos tipos de resíduos, como pilhas, baterias e lâmpadas.

 

Dicas para promover a gestão de Resíduos Sólidos no condomínio: 

  1. Utilize as reuniões para apresentar a importância da coleta seletiva para os moradores, os benefícios para o meio ambiente e para o condomínio, e as regras de separação dos resíduos.;
  2. Crie materiais informativos (cartazes, panfletos, e-mails) com informações claras e objetivas sobre o assunto;
  3. Uma ideia pode ser a instalação de pias de triagem nas áreas comuns para a separação de materiais recicláveis;
  4. Utilize lixeiras com identificação clara para cada tipo de resíduo (orgânico, reciclável, vidro, plástico, metal);
  5. Ofereça treinamento aos funcionários sobre a coleta seletiva e a importância da sua participação;
  6. Estabeleça parcerias com cooperativas de catadores para a coleta e destinação dos materiais recicláveis;
  7. Acompanhe os indicadores de desempenho da coleta seletiva, como a quantidade de material reciclado e a taxa de participação dos moradores.
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