Está na hora de você saber mais sobre o Mercado Livre de Energia

Trata-se de uma oportunidade importante não apenas para a redução de custos em condomínios, mas também para a construção de um futuro mais sustentável

Segundo relatório divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Mercado Livre de Energia Elétrica chegou a 51.389 unidades consumidas em julho deste ano, um crescimento de 25% em relação ao total de 38.531 unidades consumidoras de dezembro de 2023. 

Já se considerarmos a evolução nos últimos 12 meses, houve um ganho de 16.417 unidades consumidoras, o que representa um crescimento de 46%. São Paulo (16.582 unidades consumidoras), Rio Grande do Sul (4.918), Rio de Janeiro (4.404), Minas Gerais (4.065) e Paraná (4.065) foram os Estados com mais unidades consumidoras livres. 

Pelo o que se pode conferir, o mercado é promissor, mas o que vem a ser efetivamente o Mercado Livre de Energia Elétrica?

Estamos falando de uma transformação significativa no setor elétrico, que oferece aos consumidores a oportunidade de escolher seus fornecedores de energia e negociar diretamente contratos com condições mais personalizadas. Isso significa que, no  mercado livre, os consumidores deixam de ser obrigados a adquirir energia exclusivamente da distribuidora local. Eles podem negociar diretamente com geradores e comercializadores de energia, escolhendo o fornecedor que melhor se adapta às suas necessidades e orçamento. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é o órgão responsável por regular o mercado livre no Brasil, estabelecendo as normas e procedimentos para sua operação.

Quais os principais ganhos desta modalidade?

Um dos maiores benefícios na adoção desta iniciativa, com certeza, é a redução de custos, uma vez que passa a ser possível negociar diretamente com os fornecedores de energia e escolher opções mais competitivas – preços e contratos personalizados. Além disso, o consumidor também tem mais controle sobre o seu consumo, podendo implementar medidas de eficiência energética e acompanhar de perto seus gastos.

Gabriela Rainer é superintendente da Light COM, comercializadora do Grupo Light com atuação em todo o território nacional, e explica que os descontos nas contas de energia podem chegar a 35%. “Ao negociar a contratação de energia por meio de contratos personalizados, as empresas podem ajustar esses acordos conforme suas necessidades específicas. Isso resulta em uma melhoria significativa na precisão das previsões orçamentárias, permitindo um planejamento financeiro mais eficiente e alinhado com suas demandas reais. Atualmente, esse serviço está acessível a clientes de média e alta tensão, incluindo empresas e condomínios, bem como a pequenos e médios negócios, como escolas e padarias”.

Um segundo ponto, não menos importante, é em relação à Sustentabilidade. Ao escolherem seus fornecedores, os consumidores podem optar por energia proveniente de fontes renováveis, como a solar, a eólica, a hidrelétrica e a biomassa, contribuindo para a redução das emissões de gases do efeito estufa e a preservação do meio ambiente.

Sem falar que os consumidores ainda podem adquirir através dos contratos os CERs, ou Certificados de Energia Renovável, para compensar sua pegada de carbono e apoiar projetos de geração de energia limpa. Para empresas, inclusive, tais certificados ainda contribuem para a formação de uma imagem mais sustentável, ao utilizar a energia renovável como um diferencial competitivo.

No caso da Light COM, por exemplo, os serviços contratados se baseiam em fornecer energia certificada, proveniente do parque gerador, que detém uma grande área de reserva privada de Mata Atlântica, com reflorestamento ativo e viveiro de mudas. “Isso significa que somos responsáveis pela geração de uma energia limpa e renovável. Uma forma eficaz de minimizar a pegada de carbono e apoiar a transição para um futuro energético mais sustentável”, destaca Gabriela. Ela acrescenta: “Além disso, todos os clientes Light Com podem ter acesso ao certificado International REC Standard (I-REC), que comprova as boas práticas de geração e contribuição com o meio ambiente”.

E como fazer parte deste movimento?

Para aderir à modalidade de Mercado Livre de Energia, é preciso contratar o serviço através dos comercializadores de energia, que são empresas autorizadas pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para comprar e vender energia elétrica. Eles atuam como intermediários entre os geradores de energia (hidrelétricas, usinas eólicas, solares etc.) e os consumidores finais.

Há comercializadores varejistas, que oferecem contratos diretamente aos consumidores finais, como indústrias, comércios e residências; e ainda os chamados agregadores, que agrupam diversos consumidores para negociar energia em bloco, buscando melhores condições no mercado.

Em geral, o processo de migração para o Mercado Livre é relativamente simples, mas exige alguns cuidados. 

As etapas gerais são:

1. Análise do consumo: É fundamental analisar o perfil de consumo de energia para identificar as melhores opções de contratação.  Verifique se a demanda contratada está dentro dos requisitos para aderir ao mercado livre, que podem variar de acordo com a distribuidora e a legislação local.
2. Escolha do comercializador: Após analisar as opções disponíveis, escolha o comercializador que melhor atende às suas necessidades.
3. Contratação: Assine o contrato com o comercializador escolhido, definindo as condições de fornecimento de energia.
4. Comunicação à distribuidora: A distribuidora de energia será informada sobre a sua decisão de migrar para o mercado livre. O prazo para comunicar a distribuidora pode variar, por isso é importante verificar as informações específicas com a sua distribuidora.
5. Início do fornecimento: A partir da data de início do contrato, o novo fornecedor passa a ser responsável pelo fornecimento de energia.

“Na Light COM, o acompanhamento e suporte ao cliente se inicia com reuniões de apresentação do estudo de viabilidade, por meio de uma análise detalhada e personalizada, considerando o perfil de consumo e as necessidades específicas de cada unidade, se estende para o processo de migração e ao longo do dia a dia através de um suporte contínuo. Os clientes também podem contar com relatórios mensais que detalham a economia obtida com a migração, permitindo que acompanhem de perto o impacto financeiro e o desempenho das suas escolhas energéticas”, explica Gabriela Rainer. 

É importante ressaltar que a migração para o mercado livre não gera custos adicionais para o consumidor. Além disso, a troca de fornecedor ocorre de forma transparente, sem interrupção no fornecimento de energia. 

Confira quais são as principais características do Mercado Livre:

• Liberdade de escolha: Os consumidores podem escolher entre diversos fornecedores, comparando preços, condições contratuais e fontes de energia.
• Contratos personalizados: É possível negociar contratos com diferentes prazos e volumes de energia, além de outras condições específicas.
• Preços competitivos: A concorrência entre os fornecedores geralmente leva a preços mais competitivos.
• Fontes de energia renovável: Os consumidores podem optar por energia proveniente de fontes renováveis, como solar e eólica.

Quer saber quanto ficaria a sua conta de luz através do Mercado Livre de Energia?
No site da Abraceel, Associação Brasileira de Comercializadores de Energia, é possível fazer essa simulação. Confira através deste link: http://srv-ea.eastus.cloudapp.azure.com/Simulador/