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Captação de água da chuva nos condomínios

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 20/09/2024

Imagem site C&S
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Uma solução boa para o ambiente e para o bolso.

 

Por Gabriel Menezes

 

Em um cenário de crescente preocupação com a sustentabilidade, os condomínios podem adotar sistemas de captação de água da chuva como uma solução prática. Essa iniciativa traz benefícios ambientais, ajudando na conservação de recursos hídricos e reduzindo a demanda por água tratada. Além disso, promove economia financeira ao reduzir os custos com o consumo. O reaproveitamento pode ser utilizado para diversas finalidades, como a irrigação de jardins, limpeza de áreas comuns e até mesmo para descargas em vasos sanitários.

 

O engenheiro civil e síndico profissional Giovanni Galo diz que os impactos do sistema na economia podem ser sentidos principalmente no verão, época em que costuma chover com mais frequência: “Em alguns condomínios a redução no uso de água para lavagem de pátios e rega de jardins é muito considerável. É um projeto interessante, fácil de executar na maioria dos casos, e em outros nem tanto. O que depende muito é a área que você tem para captar, e tem que ser uma área que esteja livre de contaminações”.

 

Atualmente, Giovanni administra três condomínios que possuem o sistema de captação de água de chuva: “A principal motivação para a implementação dos sistemas foi econômica, devido à redução do consumo de água da concessionária. Existe também a motivação parcial de moradores que já entendem e buscam soluções para a conservação e preservação dos recursos naturais, mas isso ainda está em desenvolvimento na cultura dos moradores, de uma maneira geral”.

 

Ele explica que os custos para manutenção do sistema dependem do volume captado e do grau de filtração necessário, além do uso direcionado da água captada. Quando a água é utilizada apenas para a limpeza de áreas comuns e rega de plantas, o processo é mais simples. Nesses casos, o custo mensal, diluído ao longo do ano, não ultrapassa R$50 para um volume médio mensal de 75.000 litros, captados em uma área de 500m².

 

Um dos condomínios sob sua responsabilidade foi adaptado em um prédio com 35 anos de construção. Após a implementação do projeto, a média mensal de economia é de 7,5%, alcançando 12% entre janeiro e março. Nesse caso, a economia média é de R$850 na fatura mensal. Além da economia financeira, o sistema também contribui de maneira significativa para a sustentabilidade, reforçando a importância da conservação dos recursos hídricos.

 

Interesse do mercado imobiliário no assunto vem crescendo

 

Os sistemas de reaproveitamento de água da chuva estão se tornando cada vez mais presentes e atraentes no mercado imobiliário. Milton Bigucci Junior, diretor técnico da MBigucci Construtora, explica que, embora a sustentabilidade ainda não seja o principal fator para o consumidor na compra de um imóvel residencial, essas iniciativas são bem recebidas e valorizadas quando apresentadas. Ele observa que a maioria dos clientes prioriza localização, preço e qualidade do imóvel, mas reconhece e aprecia as práticas sustentáveis oferecidas.

 

“É certo que os sistemas sustentáveis estão ganhando cada vez mais espaço entre as construtoras, especialmente aquelas signatárias do Pacto Global da ONU ou que fazem parte de associações e sindicatos do setor, os quais frequentemente possuem grupos de trabalho focados na sustentabilidade. No contexto do reaproveitamento de água, devido à crise hídrica que se intensifica no país e no mundo, esse tema, embora desafiador, está se tornando mais relevante para empresas e indústrias. Enquanto isso, os condomínios residenciais começam a adaptar-se gradualmente a essa realidade com a implementação de sistemas de reuso de água.”

 

Fernando Nabuco, gerente de marketing da Avanço Realizações Imobiliárias, concorda que o tema da sustentabilidade tem gerado cada vez mais interesse no setor. “Todos os empreendimentos da Avanço Realizações Imobiliárias têm essa preocupação. Acredito que a maioria dos produtos que o setor vem oferecendo no Rio de Janeiro conta com esse sistema. É um item que não pode mais ficar de fora do mercado imobiliário, pois estamos falando de uma preocupação ambiental e de redução de custos condominiais.”

 

Ele acrescenta que, tanto no mercado de luxo quanto no mercado padrão, a aceitação tem sido muito positiva: “O custo condominial é um dos que mais pesa no bolso. Seja no médio ou no alto padrão, ninguém quer pagar um condomínio caro. Então, ter ações que ajudam a reduzir esse valor são sempre muito bem-vindas. Como a água da chuva pode ser usada para regar jardins ou lavar áreas comuns, há uma grande economia, pois dispensa a água fornecida pelas concessionárias.”

 

A tecnologia também tem tornado esses sistemas ainda mais eficientes: “O sistema de irrigação inteligente nos jardins gera grande economia, já que a irrigação é programada. No caso da energia solar, a iniciativa também contribui para a economia, porque tanto a captação de luz solar quanto a de água da chuva trazem redução de custos, pois não é preciso usar os recursos das concessionárias. Ou seja, essas ações, quando utilizadas em conjunto, oferecem muitos benefícios”, conclui.

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