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Arquitetura sustentável já influencia diretamente modelo de novas construções.

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 18/10/2023
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Em tempos de mudanças climáticas radicais e escassez de recursos naturais, a arquitetura sustentável é um tema cada vez mais urgente, necessário e, consequentemente, valorizado no mercado imobiliário.  Mas o que significa de fato planejar, executar e manter um projeto que cause menos impactos ambientais? Especialistas no assunto falaram sobre o conceito e pontuaram algumas tendências que vêm norteando a questão atualmente. 

 

O arquiteto Bruno Moraes explica que arquitetura sustentável é um conceito que busca integrar o projeto arquitetônico com a preservação ambiental, utilizando materiais e recursos naturais de forma eficiente e reduzindo os impactos negativos da construção civil. 

 

“A construção civil é um dos maiores geradores de resíduos do planeta. Quando falamos em arquitetura sustentável, há desde ações que são primordiais, como ventilação cruzada e entradas de luz natural, que diminuem a necessidade de acender a luz e ligar ar condicionado; até alternativas mais complexas, como aproveitar a água da chuva e usar placas fotovoltaicas. Quando falamos de sustentabilidade dentro do contexto de obras, nos referimos, na maior parte do tempo, aos resíduos gerados na construção, como sobras de tijolos, concreto, revestimentos, argamassa, vidros, plásticos, entre outros”, destaca. 

 

Ele acrescenta que é preciso analisar, ainda, a cadeia produtiva dos itens utilizados no projeto. Por exemplo, se o material é sustentável, executado de alguma reciclagem e como ele chegará até a obra: qual será o meio de transporte, desde sua extração, produção e deslocamento.

 

“A construção sustentável não é um assunto tão simples quanto pode parecer à primeira vista. Essa impressão equivocada ocorre porque o tema se popularizou muito nos últimos tempos. Mas, definitivamente, ter uma casa que se enquadre nos parâmetros sustentáveis requer diversos cuidados, além de um investimento inicial. No fim, vale muito a pena, mas é preciso ir com calma para que tudo saia como o planejado. Por isso, a dica que dou aos clientes é procurar profissionais especializados no mercado. E, para quem deseja trabalhar nesse ramo, que busque as certificações específicas da área”, aconselha Bruno. 

 

Sobre as tendências referentes ao tema, Moraes diz que o uso de placas fotovoltaicas é uma das mais fortes. “Este sistema de transformar energia solar em energia elétrica, que é uma energia limpa, foi muito bem aceito no mercado. Produtos feitos de materiais recicláveis também tiveram uma boa aceitação. Além deles, destaco sistemas como captação e reaproveitamento de águas das chuvas, ventilação cruzada e exaustão natural”. 

 

Tecnologia potencializa soluções

 

Gerente de Incorporação da Carvalho Hosken – empresa responsável por bairros planejados e edifícios -, Talitha de Abreu Ribeiro comenta que existem técnicas e estratégias sustentáveis inovadoras sendo usadas atualmente no mercado. Entre elas, a Inteligência Artificial via automação predial para controle e monitoramento inteligente; implementação de sistemas de energia renovável, como painéis fotovoltaicos; sistemas de tratamento de águas cinzas para reuso; sistemas de captação de água de chuva e sistemas de abastecimento de veículos elétricos.

 

“A eficiência energética é um princípio fundamental da arquitetura sustentável, pois é possível reduzir o consumo de recursos naturais e as emissões de gases do efeito estufa. As soluções para minimizar o consumo de energia nos bairros planejados e empreendimentos desenvolvidos pela Carvalho Hosken são inúmeras, nascem da implantação correta dos edifícios, com ventilação e iluminação natural, especificações de vidros eficientes e envelopamento adequado das fachadas, telhados verdes, investimento em automação predial, equipamentos mais eficientes e de baixo consumo”, explica. 

 

Na avaliação dela, a arquitetura convencional deveria ser sinônimo de sustentável, mas, em algum momento, os interesses comerciais se sobrepuseram às boas práticas. “Com a evolução das tecnologias, hoje é possível qualificar e quantificar decisões de projeto quanto às pegadas da construção (pegada de carbono e pegada hídrica, por exemplo) e quanto ao impacto durante a vida útil do empreendimento. Para o proprietário, os benefícios financeiros são representativos e a economia nas contas de consumo mensais é o melhor diferencial”, diz.

 

Colaboração é essencial 

 

O engenheiro civil Victor Moraes explica que, para que um projeto sustentável dê certo, é preciso que os profissionais de diferentes áreas envolvidas estejam na mesma sinergia. “Nada se faz sozinho. Na construção civil, a gente interage o tempo inteiro com diversas outras disciplinas. Todo esse processo precisa ser muito bem coordenado de forma paralela para que seja possível ter um verdadeiro norte de sustentabilidade”, explica o profissional, que é CEO da BR Work – empresa de obras e serviços.

 

Na visão dele, outro grande desafio ao fazer um projeto sustentável é que, pelo fato de ainda não serem o padrão no mercado, as tecnologias e materiais acabam saindo mais caros a curto prazo. “É preciso mostrar aos investidores, no entanto, que eles (tecnologias e materiais sustentáveis) trazem consigo um grande valor agregado ao projeto, além de economia a longo prazo. É um tema fundamental para o futuro da humanidade”, conclui o especialista.

Por: Gabriel Menezes

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