Por: Juliana Marques
Durante o inverno, o clima fica mais úmido e as chuvas mais frequentes em algumas regiões – situações bem favoráveis para o surgimento de mofo por toda a parte. Teto, paredes, móveis e até roupas ficam cheios de manchas, além de fazer mal para a saúde, principalmente nas pessoas que já sofrem com problemas respiratórios.
O mofo é constituído por um fungo, que se propaga em locais úmidos e escuros. Ele é um microrganismo vivo existente na natureza que não pode ser visto a olho nu, e se prolifera através de esporos, que são transportados geralmente pelo ar quando encontram um lugar com as condições ideais para sua reprodução. Uma vez que esses filamentos pousam sobre as superfícies, esses fungos começam a se alimentar deles ou dos alimentos e, consequentemente, se reproduzem formando uma colônia.
Teto, paredes, armários e até alimentos. Quase tudo está sujeito ao bolor, aqueles pontinhos verdes ou pretos que tomam conta das superfícies, sobretudo em ambientes úmidos e longe da luz solar. Se notar sinais de mofo nas paredes, sejam do banheiro ou dos quartos, o ideal é eliminar o quanto antes e controlar a umidade deste espaço.
O mofo também pode aparecer nas roupas. Nesse caso, ele se apresenta como uma espécie “névoa” e fica sobre casacos de couro ou mesmo em roupas de tecido que não são usadas com frequência.
Além de marcar a pintura, estragar alimentos e deixar as roupas manchadas, o bolor do mofo se espalha pelo espaço e pode ser inalado pelos moradores da casa, causando espirros, tosse, obstrução nasal, falta de ar e outros danos ao sistema imunológico, principalmente para quem já sofre de problemas respiratórios, como por exemplo, a asma. A reação natural é o incômodo, mas existem práticas simples que ajudam a evitar essa propagação e o combate ao fungo.
Principais cuidados para você praticar
Alguns truques podem ajudar você a se livrar do mofo instalado pelas paredes e cantos da sua casa. Uma ideia é borrifar vinagre de álcool branco na superfície, deixar agir e, depois, esfregar o local com uma escova. Para finalizar, seque bem o local com um pano. O mesmo processo pode ser feito com álcool também.
Manter as portas e janelas dos banheiros abertas após o banho vai ajudar a dissipar o vapor de água quente, e deixar as janelas da residência abertas é uma boa opção para que entre ar fresco e luz solar todos os dias.
Se o mofo está no armário, a dica do vinagre também pode ser útil, assim como usar um produto antimofo dentro dele. Já se o mofo tiver se instalado em suas roupas, você pode mais uma vez usar o vinagre, só que agora a sugestão é esfregar o local com vestígios de mofo com um pano antes de colocar a peça para lavar. Se for permitido (confira as instruções de lavagem na etiqueta da sua roupa), use água sanitária para deixar as peças de molho antes da lavagem e lave as roupas afetadas com um produto tira manchas. E lembre-se: roupas molhadas ou úmidas não devem ser guardadas dentro dos armários. O ideal mesmo é evitar que o mofo se forme por aí, por isso, deixe sempre arejados os cômodos da sua casa para evitar a umidade no ambiente.
Eliana Lopes, da empresa Lar Limp Serviços de Limpeza, conta que encontra mofo com frequência nas casas em que faz limpeza, principalmente em locais mais frios e úmidos. “Nas residências com menos iluminação do sol e em locais mais úmidos da cidade, como no Jardim Botânico, Alto da Boa Vista, Recreio e até Tijuca, é comum encontrar mofo dentro dos armários e nas roupas. Mesmo estando numa cidade quente como o Rio de Janeiro, se os cômodos não forem arejados e limpos adequadamente o mofo vai aparecer, principalmente no inverno”, relata.
Para ela, é preciso observar e monitorar esse aspecto com atenção porque quando um foco de umidade ou mesmo os primeiros sinais do fungo forem detectados, é importante fazer uma boa limpeza. “Sempre digo para os meus clientes que manter uma rotina de limpeza constante é a melhor solução. E se mesmo assim o mofo surgir, é só deixar as cortinas abertas para o sol entrar, isso já vai ajudar bastante”, aconselha.
Partindo da premissa que a prevenção é mais econômica, e, por muitas vezes, até mais simples do que a correção, uma dica é contratar um serviço de impermeabilização. Muitos não sabem, mas a impermeabilização de maneira geral, isola e protege a casa contra a passagem de líquidos ou vapores que podem ser causados por chuva, limpeza, banho, entre outros, além de ser uma boa estratégia de combate ao mofo.
Solange Olimpio, gerente de produtos da empresa Viapol, garante que uma impermeabilização adequada deve ser incluída no projeto de construção das casas para que no futuro não haja custos extras com reparos devido a infiltrações, e consequentemente o aparecimento de mofo nas paredes e tetos.
“Se incluirmos a impermeabilização desde a fundação das nossas casas ou até mesmo em projetos de retrofit, o custo de estanqueidade é baixo considerando o valor total da obra. É importante investir numa impermeabilização adequada e, quando possível, em um projeto arquitetônico que já contemple a prática”, finaliza.
Se você está planejando construir ou reformar, considere que o gasto com a impermeabilização durante a obra pode ser muito menor do que ter de reparar o problema com o mofo mais adiante, ainda mais se você morar em uma região fria e úmida. O trabalho para remover uma contaminação envolve quebrar o que está pronto, ir atrás dos mesmos revestimentos para cobrir os reparos, além da mão de obra e da sujeira.
Segundo especialistas, o custo de impermeabilização varia entre 1 e 3% do valor total de uma obra, considerando a execução do serviço desde a etapa da fundação. Porém, caso isso não seja feito nesta etapa, o percentual pode chegar a 10%.