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Galeria Laguna: o edifício mais sustentável do mundo fica no Brasil

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 14/08/2023

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Você sabia que o edifício considerado o mais sustentável do mundo fica aqui no Brasil? Mais especificamente em Curitiba, Paraná. Inaugurado em setembro de 2022, a Galeria Laguna recebeu o título inédito de edifício mais sustentável do planeta pela USGBC (US Green Building Council), uma organização não-governamental voltada para fomentar a indústria de construção sustentável. Com mais de 1.000 metros quadrados de área construída, o projeto arquitetônico é assinado pelo Estúdio 41 e fica na tradicional Avenida do Batel, um dos endereços mais tradicionais de Curitiba.

 

A edificação possui design arrojado, contemplado por meio de uma construção em formato inusitado, como uma grande caixa de luz, minimalista e elegante. 

 

A luz aqui é um dos principais destaques do projeto, que também possui diversas outras certificações ambientais, como o LEED Platinum. A Galeria Laguna recebeu a maior pontuação do mundo no projeto: 103 pontos. Esta pontuação, a única acima dos três dígitos em edifícios de todo o planeta, supera prédios emblemáticos como o One World Trade Center, o The Pyramid e o edifício-sede da Apple, em Cupertino/Estados Unidos.

 

A Galeria Laguna ainda possui as certificações: WELL Platinum, LEED Zero Energy, LEED Zero Water, LEED Zero Waste e LEED Zero Carbon. Ou seja, além do empreendimento produzir zero lixo e resíduo, também terá zero emissão de carbono, zero consumo de água e zero consumo de energia das redes públicas. 

 

Segundo os responsáveis pela construção do edifício, o foco, desde o começo, era oferecer um espaço capaz de causar o menor impacto possível para o meio ambiente. 

 

“A Galeria Laguna chegou onde nenhum outro prédio no mundo foi ainda. E isso prova que é possível inovar no setor da construção civil brasileiro e se tornar uma referência, não só no país, mas no mundo”, afirma Guido Petinelli, CEO da Petinelli, empresa de engenharia voltada ao desempenho e bem-estar das edificações, responsável pelas certificações da Laguna.

 

Durante o projeto e a execução da obra, todos os fornecedores e materiais de construção foram criteriosamente escolhidos, sempre pensando no bem-estar do planeta e usuários. Desde as tintas que não emitem poluentes tóxicos voláteis até o cuidado para que os dutos de ar-condicionado fossem vedados a fim de não acumular sujeira.

 

Por dentro, a Galeria Laguna segue com formas puras e simples. O pé direito duplo traz amplitude, e o vidro acidato faz as vezes de tecido, o que aumenta a sensação de bem-estar, própria de espaços com muita luz natural. O piso, em granilite, outra opção sustentável, e a parede em concreto aparente, fazem o contraponto com a madeira do mobiliário. Ainda no piso de acesso está o café/bar, que servirá como espaço para reuniões e encontros.

 

“A tecnologia foi outra premissa muito importante nesse projeto. Com ela, ganhamos espaço e conseguimos demonstrar, de fato, como a sustentabilidade está empregada nos empreendimentos”, conta André Marin, diretor de incorporação da Laguna.

 

Já o piso do edifício recebeu uma escavação especial, para que o fator surpresa fosse estimulado. Ao olhar para baixo é possível ver as áreas de estar, as salas de reunião e de trabalho. Outro grande ponto de destaque do projeto é a luz, que assume o lugar de protagonista. Para conseguir este efeito “caixa de luz”, os arquitetos usaram policarbonato alveolar. 

 

“Rodamos o mundo para achar um material que atenderia o projeto, e encontramos a Danpal, empresa israelense com o melhor produto, capaz de oferecer um espaço durável com a translucidez que queríamos”, afirma Emerson Vidigal, sócio do escritório de arquitetura Estúdio 41, responsável pelo projeto.

 

A Galeria Laguna também recebeu amplas áreas envidraçadas cuidadosamente projetadas para garantir conforto térmico e lumínico para seus ocupantes. E, quando a iluminação natural não é suficiente, o sistema de iluminação artificial garante o conforto visual fazendo uma transição suave ao longo do dia. Critérios de controle de brilho e ofuscamento, além da qualidade de reprodução de cor são alguns dos conceitos abordados em todo o projeto. 

 

“A Galeria possui fotosensores que, em dias claros e com muita luminosidade, deixam as lâmpadas apagadas, mesmo nos ambientes internos. À medida que a luminosidade do espaço reduz, as luzes acendem gradualmente, mantendo sempre a iluminação ideal”, explica Fabio Giamundo, diretor de engenharia do Grupo Laguna.

 

Uma obra do renomado escultor Emanoel Araújo, com mais de três metros de altura, marca a entrada da Galeria e presta homenagem ao artista brasileiro que faleceu recentemente. Já a biofilia aparece nos jardins internos e externos, como um convite para a contemplação. 

 

“A natureza tem esse poder de nos acalmar e relaxar. A Galeria Laguna utilizou destes atributos tanto na inclusão de plantas fora e dentro do projeto, como também na seleção de acabamentos, cores e padrões que remetem a natureza como, por exemplo, madeira, pedra e linhas orgânicas”, explica Emerson Vidigal.

 

Atitudes sustentáveis devem continuar após a entrega do prédio

 

Agora, com a obra entregue, os itens relacionados à sustentabilidade incluem todas as áreas da Galeria Laguna, tais como infraestrutura para incentivar o transporte alternativo como: bicicletários para visitantes e funcionários, além de vestiários, pontos de recarga para carro e bicicletas elétricas, instalação de metais e louças eficientes para reduzir o consumo de água em cerca de 30%, entre outras soluções. 

 

Toda a água da Galeria Laguna é proveniente da chuva. Dentro da Galeria existe uma estação de tratamento, que possibilita o reuso da água da chuva para atender a 100% da demanda do edifício. A água que é permanentemente testada, é potável e própria para o consumo em todos os espaços e em todas as torneiras do local.

 

“Curitiba já é uma referência mundial em planejamento urbano sustentável. A Galeria Laguna exemplifica o que a cidade tem capacidade de produzir de melhor e exportar para o resto do Brasil e do mundo”, conclui Guido Petinelli.

Por: Mario Camelo

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