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Como controlar o som?

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 25/10/2022

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Estar em casa, descansar e curtir o silêncio e a tranquilidade é ótimo. Mas o que fazer quando essa tranquilidade é interrompida por ruídos constantes? Barulhos externos são um problema relativamente comum em condomínios, especialmente em grandes cidades. Trânsito, pedestres, buzinas, obras… Muitas vezes, o barulho vem do próprio condomínio, dos vizinhos ou das áreas comuns, e pode chegar a ser inevitável conviver com ele. Mas como resolver ou pelo menos diminuir esse problema?

Hoje em dia, existem soluções paliativas e algumas definitivas para “silenciar” uma avenida movimentada ou uma obra, por exemplo. Mas as dúvidas são muitas: será que é caro? Vai funcionar para o meu problema? Como será a instalação? A Revista Síndico conversou com a arquiteta e sócia da Sekmet Arquitetura, Mônica Uechi, para tentar esclarecer alguns desses pontos.

 “Para escolher a melhor estratégia de redução de ruído, inicialmente precisamos analisar a origem (fonte), o apartamento (receptor), a frequência (Hz) e o meio de propagação. Se o ruído acontecer de um compartimento para outro da mesma edificação e forem apenas pessoas falando ou uma televisão ligada, uma boa solução é acrescentar uma parede de gesso acartonado (drywall) preenchida com lã de rocha, criando o famoso sistema massa-mola-massa. Agora, se o ruído é externo e originado pelo som urbano da cidade, é viável o uso de janelas e portas acústicas, sendo importante verificar se não há mais nenhum outro ponto que o som possa entrar, como, por exemplo, furos de exaustão do aquecedor de passagem mal vedados”, explica a especialista.

Mônica diz ainda que é importante pesquisar – e muito – para não sair comprando soluções que não vão resolver a questão ou mesmo optar por sistemas que podem sair caro e que nem sempre serão a solução ideal para o barulho específico que está incomodando.

“É preciso entender, principalmente, se é necessário o isolamento acústico ou a absorção sonora. Estratégias de isolamento acústico visam deixar o ambiente livre de ruídos externos ou evitar que o som interior vaze para áreas vizinhas. Geralmente envolvem questões estruturais como vigas, pilares, alvenaria, paredes sanduíche (parede-ar-parede), janelas acústicas, portas acústicas, box-in-box (que é fazer uma caixa descolada das paredes e das lajes apoiada com amortecedores), piso elevado, mantas acústicas de contrapiso. Ou seja, às vezes, a própria estrutura do edifício não atende aos requisitos de desempenho acústico estabelecidos na norma NBR 15575. Quando isso acontece, as soluções vão se tornando mais difíceis de serem executadas e maior será o custo”, diz.

A arquiteta explica que, enquanto o isolamento acústico cuida da transmissão do som, a absorção sonora irá tratar da reflexão/reverberação do som, o famoso eco. Nesse caso, estratégias como carpetes, forros acústicos, cortinas, placas de absorção sonora equalizam e adequam a distribuição do som para se ter maior clareza, audibilidade e inteligibilidade dentro do ambiente.

“A eficiência da solução adotada depende do objetivo do usuário e da análise do contexto local. Somente compreendendo todo o sistema e fazendo as medições iniciais será possível definir as soluções que irão atender os objetivos estabelecidos. Portanto, não adianta comprar uma cortina pesada para evitar o ruído externo, pois este seria um recurso de absorção sonora para um problema de isolamento”, alerta.

Sobre os preços, é melhor ir se preparando, pois as soluções acústicas não são nada baratas no mercado. “Os materiais de qualidade têm um custo maior, pois envolvem mais profissionais para desenvolvimento do produto e mais testes para comprovar a eficiência. Além disso, utilizam mais insumos. Se comparar uma janela acústica com uma convencional, ela terá um caixilho diferenciado para vedar as frestas e uso de vidro duplo; podendo chegar a reduzir 70% do barulho externo e custar o triplo. Atentando-se sempre com a instalação correta feita por mão de obra especializada. Isso é o que garantirá o funcionamento e eficiência do produto”, diz a arquiteta.

E para entender qual é a melhor solução para o seu problema, não tem jeito, o melhor é chamar um arquiteto ou um engenheiro especializado, que oferecerá uma solução a partir da análise do local e das medições sonoras. 

“Por exemplo, às vezes a distância entre a dupla camada de vidro da janela X é insuficiente para isolar da frequência externa, então opta-se pela janela Y com um vidro mais espesso. Ou seja, para a mesma exigência de isolamento, uma janela acústica para a Avenida Paulista, por exemplo, será diferente de uma janela acústica de uma rua menos movimentada”, relata.

Pesquisar e contratar um profissional que já tenha atuado no mercado com essa premissa é uma outra dica para proteger o seu investimento e solucionar de uma vez por todas o problema.

 

Por: Mario Camelo

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