Novas configurações de rotina. O que pode ser compartilhado?
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 30/09/2022
Mercado de Trabalho
Economia compartilhada faz parte de um modelo de consumo consciente de moradia, atendendo aos anseios de uma população preocupada com sustentabilidade e qualidade de vida.
Atendendo aos anseios de uma população preocupada com sustentabilidade e qualidade de vida, a economia compartilhada faz parte, cada vez mais, de um modelo de consumo consciente de moradia. Com aproveitamento e integração de espaços, a ideia de serviços compartilhados em condomínios traz economia de gastos, otimização do tempo e da área útil dos imóveis residenciais.
Apartamentos à venda em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Balneário Camboriú, por exemplo, já podem ser encontrados em condomínios que contam com as instalações compartilhadas.
O sucesso do compartilhamento ocorre na mesma esteira do crescimento da economia colaborativa, junto a nomes como AirBNB, Uber, Ifood e Netflix, por exemplo. Segundo estimativa da consultoria PwC, o segmento deve responder por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) de serviços do Brasil até 2025, alcançando US$ 335 bilhões de participação no mercado mundial. Esse aumento é de mais de 2.200% em comparação ao cenário de 2014.
Vale lembrar ainda que a pandemia ampliou a presença de soluções multifuncionais em novos empreendimentos imobiliários. Mesmo com a retomada de atividades presenciais, possibilitada pela vacinação, o home office e o trabalho híbrido são tendências que vieram para ficar.
O home office é tendência mundial. Nos Estados Unidos, 36,2 milhões de profissionais devem seguir atuando remotamente até 2025.
O quantitativo corresponde a 22% da força de trabalho estadunidense e representa aumento de 87% quando comparado ao período pré-pandemia, quando cerca de 4,8 milhões de pessoas trabalhavam em casa no país. Os dados são da pesquisa “Future Workforce Pulse”, feita pela Upwork, em parceria com a Clearly Rated.
O cenário nacional também reflete essa tendência. De acordo com estudo realizado pela Companhia de Talentos em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo (USP), e a Xtrategie, o trabalho remoto ganha cada vez mais espaço no Brasil e aprovação por parte das empresas.
Segundo a pesquisa, 94% dos entrevistados relataram uma experiência positiva com o home office, e 63% pretendem continuar com a modalidade mesmo depois da pandemia.
Com as pessoas passando mais tempo em suas residências, inclusive em apartamentos compactos, há a necessidade de ter um espaço específico para atividades como estudo, lazer e trabalho. Dessa forma, essa preocupação também se estendeu aos espaços de convivência e serviços de apoio nos empreendimentos imobiliários.
Conforme análise feita em artigo da Revista Síndico, em um primeiro momento, o modelo de serviços compartilhados em condomínios pode parecer mais atraente para perfis de jovens solteiros e autônomos. No entanto, os projetos têm conseguido cada vez mais adesão de famílias e idosos. Não existe, portanto, um perfil específico de usuário, uma vez que boa parte das pessoas busca economia de recursos e praticidade na rotina.
Com o compartilhamento de serviços, é possível unir a garantia de um serviço de confiança próximo à residência e, ao mesmo tempo, uma relação favorável de custo-benefício, já que as despesas são divididas entre os moradores.
Quando o assunto é a economia colaborativa no condomínio, uma série de produtos e serviços pode ser oferecida para uso coletivo dos condôminos.
A lavanderia é um dos espaços compartilhados mais comuns. Seguindo a lógica do consumo consciente, passa a ser cada vez menos necessário que cada apartamento conte com uma lavadora de roupas própria. O projeto de lavanderia compartilhada, assim, é uma maneira de auxiliar os moradores a economizarem água e produtos de limpeza, como alvejantes e sabão.
Como destacado pela Revista Síndico, projetos de coworking em condomínios também vêm ganhando força. Neles, rateando despesas e custos do espaço, os usuários podem desfrutar de infraestrutura de escritório, com cadeiras, mesas, iluminação e internet.
Em alguns condomínios, bicicletas e carros também ficam disponíveis para uso coletivo. Essas são alternativas para liberar o condômino de arcar com os custos de manutenção e impostos de veículos particulares.
Há, ainda, a demanda para utilização coletiva de materiais esportivos, como bolas de futsal, basquete e coletes.
A economia compartilhada em empreendimentos residenciais também pode incluir o uso coletivo de ferramentas, como furadeira, escada, chave-inglesa, alicate, martelo, trena e outros itens. Assim, o morador não precisa comprá-los, é só utilizar quando precisar e depois devolver ao espaço criado para essa finalidade.
Fonte: Jornal Montes Claros