Minimalismo como linguagem para o atemporal nos Condomínios
Por Cidades e Serviços
Última atualização: 27/04/2022
Coluna, Arquitetura | Urbanismo | Decoração
Condomínios contemporâneos nascem com a premissa de serem mais do que o CEP ou um lar para os seus usuários. Nas constantes transformações do indivíduo com suas rotinas, trabalho, lazer e atividades físicas, por exemplo, passam a fazer parte do escopo dos espaços comuns e privados de empreendimentos habitacionais.
Dito isso, estas pequenas cidades horizontais e/ou verticais que serão cada vez mais o palco do quotidiano devem fornecer espaços ecléticos e abertos às rápidas transformações das necessidades sociais do usuário, bem como recursos arquitetônicos que resistam ao tempo.
Escolhas atemporais no uso do espaço e na estética da arquitetura são, em suma, recursos que permanecem eficientes e coesos com o passar das décadas, são bons em se adaptar às novas demandas. Quando falamos de áreas privativas ou comunais, plantas livres, espaços amplos, iluminados e arejados respondem às demandas pessoais, sociais e sanitárias que surgirem; pois novos arranjos de paredes e mobiliários serão facilmente incorporados à estrutura do edifício.
O estudo da espacialidade iniciado no modernismo e os cânones ditados por Le Corbusier podem ser revisitados. Seu modelo proposto às cidades e unidades de habitação é carregado de importantes reflexões da vida em sociedade e pode ser traduzido nas moradias coletivas contemporâneas.
Quanto às escolhas estéticas, para além das variantes culturais e locais, ao estudar conceitos do modernismo com as cidades-jardim e “tendências” como escandi e, mais recentemente, japandi, se encontra um DNA em comum: são abordagens na arquitetura – salvo suas proporções – que prezam pela qualidade das habitações, da resiliência de seus materiais componentes, da saúde de suas paisagens e do conforto e pertencimento de seus usuários.
O estilo japandi, em voga nos últimos anos, adota materiais naturais e integrais, como madeira, pedra, concreto, respeitando suas características e texturas originais – que quando aplicados criam superfícies amplas e uniformes, sem grandes variações, onde o ambiente é a “tela em branco” para as mobílias funcionais e confortáveis e para a interação com o ambiente externo em sua luz e vegetação.
Assim como nos conceitos citados anteriormente, o japandi carrega a sabedoria do menos é mais. Onde materiais, plantas e atmosferas são concebidos quase exclusivamente do que está disposto a resistir e se adaptar ao tempo.
O minimalismo nas correntes arquitetônicas e nas práticas sociais, retorna ao centro da discussão a cada par de anos, pois sempre responde ao que é essencial.
Mais do que estilo de vida ou primor estético, representa um futuro em que escolhas mais eficientes beneficiam os apartamentos, condomínios e cidades – se tornam clássicos, funcionais, bonitos, mais sustentáveis e rentáveis pois são atemporais; e atemporalidade é inteligência na escolha de soluções.
Por: Gabriel Bordin